10 Fatos e Curiosidades Sobre Ozzy Osbourne Que Você (Talvez) Não Sabia

23 de julho de 2025

Muito além dos morcegos e das polêmicas, Ozzy Osbourne foi um artista complexo, cheio de camadas, e de histórias que nem todo mundo conhece

Ozzy Osbourne partiu no dia 22 de julho de 2025, aos 76 anos, deixando um vácuo difícil de preencher no rock. Mais do que um frontman, ele foi um ícone cultural, inventor involuntário do heavy metal e uma figura que, mesmo entre escândalos e piadas, teve uma trajetória marcada por vulnerabilidade, reinvenção e, acima de tudo, humanidade.

Reunimos aqui 10 fatos e curiosidades que mostram um lado menos explorado do Príncipe das Trevas.

1. Infância dura e dislexia

Ozzy nasceu em 3 de dezembro de 1948 em Aston, um subúrbio operário de Birmingham, na Inglaterra. Filho de uma família numerosa e de poucos recursos, abandonou a escola aos 15 anos, após anos de dificuldades com o aprendizado, em grande parte por causa da dislexia não diagnosticada na época. Ainda adolescente, sofreu bullying constante, crises de depressão e chegou a tentar tirar a própria vida.

Antes da música, trabalhou como aprendiz de encanador, operário de fábrica e até limpador de buzinas de carros. Foram esses empregos que ajudaram a manter sua casa, mas também alimentaram o desejo de fugir daquele destino previsível. A música era, então, mais que um sonho: era sua salvação.

2. O encanador que virou lenda

Antes de segurar um microfone, Ozzy passava os dias com uma caixa de ferramentas na mão. Foram três anos como aprendiz de encanador, enquanto estudava música por conta própria. O som que ele ouvia em sua cabeça, no entanto, não era feito para canos, era para arenas.

3. Pai do heavy metal

Em 1968, Ozzy formou o Earth ao lado de Tony Iommi, Geezer Butler e Bill Ward, grupo que, ao descobrir que já havia outra banda com esse nome, se rebatizou de Black Sabbath. O nome veio de um filme de terror italiano e refletia o interesse da banda pelo ocultismo e pela estética sombria, que rapidamente se traduziu no som pesado, distorcido e arrastado, quase ritualístico.

A estreia com o disco “Black Sabbath” (1970) foi um choque para o público da época, mas foi com “Paranoid”, lançado poucos meses depois, que a banda entrou para a história. Faixas como “Iron Man”, “War Pigs” e a própria “Paranoid” ajudaram a definir o que viria a ser conhecido como heavy metal. Ozzy, com sua voz melancólica e presença única, virou o rosto dessa revolução.

4. Demitido por excesso

Em 1979, os problemas com álcool e drogas cobraram seu preço: Ozzy foi demitido do Black Sabbath. Era o fim de uma era, mas também o início de uma nova. Com o apoio de Sharon Arden, que viria a se tornar sua esposa e empresária, lançou o álbum “Blizzard of Ozz” em 1980. O disco revelou hits como “Crazy Train” e “Mr. Crowley”, firmando Ozzy como um dos poucos artistas a alcançar o topo tanto com uma banda quanto em carreira solo.

Ao longo dos anos 1980 e 1990, mesmo mergulhado em escândalos e recaídas, manteve uma carreira consistente, lotando arenas e lançando discos que dialogavam com novas gerações, como “No More Tears” (1991) e “Ozzmosis” (1995).

5. Duas vezes Hall da Fama

Ozzy entrou para o Rock and Roll Hall of Fame duas vezes, uma com o Black Sabbath em 2006 e outra como artista solo em 2024, um feito raro, compartilhado por poucos como Paul McCartney e Stevie Nicks.

Recebeu também uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood (2002) e outra na “Walk of Stars” de Birmingham (2007). Foi homenageado com o Global Icon Award no MTV Europe Music Awards (2014), o Ivor Novello por sua contribuição excepcional à música britânica (2015), além do Genius Award da NME em 2004.

6. O morcego, o tubarão e o xixi

Em 20 de janeiro de 1982, durante um show em Des Moines, Iowa. Um fã jogou um morcego no palco e Ozzy, achando que era um boneco de borracha, mordeu a cabeça do animal. Só então percebeu que o bicho era real, e estava morto. Após o susto, o vocalista foi levado ao hospital e recebeu uma série de vacinas contra a raiva. O próprio Ozzy já afirmou diversas vezes que não sabia que era um animal de verdade e zombou da situação em campanhas publicitárias no futuro.

Outro momento tão lendário quando o do morcego, talvez seja a história do tubarão, que envolve uma suposta cena de destruição num hotel, durante uma turnê nos anos 1970. Segundo relatos que circularam ao longo dos anos, inclusive no livro The Dirt, do Mötley Crüe, Ozzy teria despedaçado um tubarão pequeno no quarto e espalhado seu sangue pelas paredes e móveis.

Apesar da falta de comprovação oficial, o próprio Ozzy já deu a entender que não duvida que tenha feito isso: “Eu estava tão fora de mim que não lembro”, disse em entrevista. O episódio ganhou vida própria entre fãs e jornalistas e reforça a reputação do cantor como alguém que viveu no extremo.

Também em 1982, Ozzy foi preso em San Antonio, Texas, por urinar no Cenotáfio dos Heróis do Álamo — um monumento histórico da Guerra da Independência do Texas. O detalhe: ele usava um vestido de Sharon Osbourne, sua esposa, que havia escondido suas roupas para impedi-lo de sair de casa bêbado.

7. Reality show pioneiro

Mas em 2002, se reinventou com o reality show “The Osbournes”, na MTV, que escancarava a vida de sua excêntrica família. O programa virou febre mundial e ajudou a humanizar a figura do roqueiro que até então era visto como um demônio do rock. Ozzy virou meme, virou ícone pop, e ganhou uma nova geração de fãs.

8. Sobriedade e recaídas

Ozzy teve uma relação intensa com as drogas, mas também com a tentativa de superá-las. Em 2013, admitiu uma recaída, mas manteve longos períodos de sobriedade, o mais recente, de cerca de sete anos. “Se eu sobrevivi, é por teimosia e sorte”, disse em uma de suas últimas entrevistas.

9. Parkinson e resiliência

Diagnosticado com Parkinson em 2019, seguiu em frente. Ozzy lutou contra dores, limitações motoras e passou por múltiplas cirurgias. Mesmo assim, insistiu em continuar gravando e planejando shows. “Não consigo mais andar, mas minha mente ainda está na estrada”, dizia.

10. A despedida

Seu último show foi realizado em 5 de julho de 2025, no histórico reencontro com o Black Sabbath em Birmingham, um espetáculo transmitido ao vivo para o mundo e que agora será eternizado nos cinemas com o documentário “Back To The Beginning: Ozzy’s Final Bow”, programado para 2026. Poucas semanas depois, em 22 de julho, Ozzy faleceu aos 76 anos, encerrando um dos capítulos mais intensos e influentes da música contemporânea.

Ozzy Osbourne foi uma contradição ambulante: um gênio indomável com coração mole, um showman barulhento que dizia sentir medo constante. Ele desafiou rótulos, ignorou regras e fez história mesmo quando tudo parecia perdido. E mesmo agora, do outro lado do palco, seu legado segue gritando em alto e bom som: we’re going off the rails on a crazy train.

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