“Do Amor Não Vai Sobrar Ninguém” projeto solo de Paulo Miklos
13 de dezembro de 2022
Sentado na sala enquanto as crianças faziam aula, entre partidas de baralho, afazeres domésticos e o dia-a-dia do ficar junto imposto pelo isolamento social, Paulo Miklos se entregou à força da imaginação para pensar em um mundo mais afetuoso no pós-pandemia. E o resultado dessas canções está no seu quarto álbum, o segundo após a saída dos Titãs, chamado “Do Amor Não Vai Sobrar Ninguém” (Deck).
“Todo mundo ao mesmo tempo, aquela bagunça e eu compondo em um universo paralelo. Resolvi fazer um mergulho naquilo que realmente importa”, conta o cantor, compositor, ator e apresentador de televisão. Para Paulo Miklos, “a música sempre foi uma espécie de portal capaz de me transportar para outro lugar. E as canções não tratam de opressão, do momento difícil que todos estávamos vivendo e colocaram a humanidade em alerta. Mas daquela vida que a gente gostaria de viver. A arte como uma postura política, com sua capacidade de pintar um universo de desejos”.
O single “Um sopro” pode ser destacado como o momento mais roqueiro do álbum, que traz melodias mais românticas e sonidos pós pandêmicos. Confira a faixa:
Com uma sonoridade pop exemplar, o artista fala de amor, de amizade e de liberdade no restante do álbum que chega ao público. Desde o encantamento da paixão, em “Todo Esse Querer”, passando pela homenagem a um amigo, em “Sabotage Está Aqui”, a importância da escuta, em “Uma Conversa”, a liberdade em “Por Que Censurar O Amor?”, até a reinvenção de um casal em uma simples metáfora com um jogo de cartas, em “Se o Amor Ainda Existir”, parece que Paulo está nos mostrando a saída dessa vida que “às vezes fica pesada demais”.
A capa é assinada por Stephan Doitschinoff, artista plástico paulistano com mais de 20 anos de carreira e obras em museus na Irlanda, Estados Unidos e França, que se inspirou no universo multiartístico de Paulo: “Uma das ideias que eu tinha em mente é a imagem do poeta olhando para o céu à noite, observando os astros – para se inspirar, para escrever, às vezes pensando na sua amada, olhando para a lua. Acredito que alguns clássicos do cinema antigo trazem um pouco dessa poesia, como ‘O Sétimo Selo’, de Ingmar Bergman e ‘Viagem à Lua’, de Georges Melier.