Henrique Portugal lança EP de releituras acompanhado pela Solar Big Band
12 de junho de 2024
Tecladista, vocalista e compositor mineiro Henrique Portugal foi uma das peças da engrenagem que transformaram o Skank num dos mais importantes grupos do pop nacional. Por mais de 30 anos, ele passou por dancehall (um reggae eletrônico, surgido na segunda metade dos anos 1980), o rock britânico da segunda metade dos anos 1990 e o Clube da Esquina, além de ter tocado em discos do Sepultura.
O Skank encerrou suas atividades em 2023 e Henrique Portugal parte para novas combinações de almas. O tecladista saiu da posição de co-protagonista para a frente do palco e assumiu os vocais principais da Solar Big Band, um híbrido de pop e grupos de baile do jazz americano, criada por ele com a missão de realizar um sonho antigo de tocar músicas que ele gostaria de ouvir no formato big band.
O primeiro convocado para ajudar Henrique a fazer o projeto tornar-se realidade foi Ruben di Souza. Juntos, selecionaram as músicas e produziram as gravações somadas à criatividade do baterista Xande Tamietti. Inicialmente, todos os arranjos foram elaborados com lacunas que, posteriormente, foram preenchidas pelos metais do melhor naipe do Brasil, formado por Jessé Sadock, Rafael Rocha, Danilo Sina e Marcelo Martins. Esses, orquestrados pelo maestro Tiquinho, do Funk Como Le Gusta, e gravados pelo Luna no Cia. dos Técnicos Studios, no Rio de Janeiro. Para assumir a percussão e baterias, foram acionados os mestres Marco Lobo e Walmir Bessa, respectivamente.
Pronto! Estava formada a big band com uma verdadeira mistura de pop e rock. E agora, nesta sexta, dia 7 de junho, o sonho de Henrique Portugal se concretiza com o lançamento das primeiras releituras que compõem o EP de estreia.
“Este projeto demorou quatro anos para ser realizado e foi feito com muita dedicação e paixão pela música”, celebra o músico.
Olha, faixa escolhida para o lançamento, teve sua orquestra de cordas gravada em Chicago por Matt Jones, renomado maestro cujo currículo traz nomes como John Legend, Justin Timberlake, Usher entre outros. Além da música de Roberto Carlos, estarão disponíveis Ticket to Ride (Beatles), El dia que me quieras (Carlos Gardel) e Eu sei que vou te amar (Vinicius de Moraes).
Até o final do semestre, ainda serão apresentadas versões de músicas de Elton John, Lô Borges e algumas faixas inéditas.
Henrique Portugal, além de um entertainer nato, é dono de uma biografia respeitável. Filho de músicos, se iniciou no piano clássico aos cinco anos. Durante a adolescência, estudou Economia –ele, aliás, se formou nessa matéria– ao mesmo tempo em que se dedicava a vida como músico em Belo Horizonte. Uma dessas bandas foi a Pouso Alto, onde conheceu um certo vocalista e guitarrista chamado Samuel Rosa. O resto, como se sabe, é história.
Uma das habilidades de Portugal está na facilidade com a qual assimila diferentes sonoridades e absorve novas informações. E não é de hoje. Em 1989, ele aceitou o convite de uns vizinhos cabeludos para colocar sons de teclado no rock pesado e macabro que estes faziam. O nome do grupo era Sepultura e contou com o músico nos discos Schizophrenia, Beneath the Remains e Arise. Em 1992, ao presenciar a performance arrebatadora e quase punk do grupo francês Mano Negra, constatou que ele e o Skank tinham de se “mexer mais” no palco. Foi assim que se tornaram uma das bandas mais animadas do pop local.
A curiosidade de Portugal não se limita à música. Ele foi colunista de futebol no Estado de Minas e hoje é responsável por uma coluna de Tecnologia e Música do mesmo matutino. Um observador atento, ele investe em start ups de música, empresas de biotecnologia e fundos de investimento. Mas seu principal ramo de atuação, como se pode perceber, ainda é a música.