Música pode ajudar pessoas com TDAH, apontam novos estudos científicos

12 de março de 2025

Dois estudos recentes destacaram que a música pode ir além do entretenimento e ser uma forte aliada para quem convive com o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Pesquisas realizadas tanto no exterior quanto no Brasil comprovaram efeitos positivos no uso da música para aprimorar a atenção, concentração e controle cognitivo em pessoas com o diagnóstico.

Neurociência e música funcional

O primeiro estudo, conduzido pela empresa americana Brain.fm e publicado na revista científica Nature, demonstrou que ouvir músicas especialmente criadas com base em neurociência pode influenciar diretamente o funcionamento cerebral. Essas composições, chamadas de “música funcional”, conseguem ativar redes neurais específicas relacionadas à atenção e ao controle cognitivo.

Daniel Clark, CEO da Brain.fm, afirmou que a música funcional é diferente das playlists tradicionais. Segundo ele, as composições são projetadas para ajustar as oscilações cerebrais e melhorar o foco e a concentração. Clark defende a música funcional como uma terapia não invasiva e acessível para indivíduos com TDAH ou com dificuldade geral de concentração, independentemente do diagnóstico formal.

Nos Estados Unidos, onde mais de 8 milhões de adultos possuem diagnóstico de TDAH, alternativas não medicamentosas têm ganhado espaço. A empresa planeja aprofundar ainda mais suas pesquisas e ampliar as áreas onde a música pode auxiliar no desempenho cognitivo e emocional.

Pesquisa brasileira também confirma benefícios

No Brasil, uma pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), liderada pela terapeuta ocupacional Camila Mendes, investigou os efeitos da música sobre a atenção de crianças diagnosticadas ou não com TDAH.

Participaram do estudo 76 meninos com idades entre 10 e 12 anos. Os resultados mostraram que as crianças cometeram menos erros em atividades que exigiam atenção quando estavam ouvindo música. Curiosamente, não houve uma grande diferença na atenção entre realizar tarefas com ou sem música, sugerindo que a música pode aumentar o interesse e a motivação pelas atividades realizadas.

Camila Mendes recomendou que crianças escutem músicas instrumentais de sua preferência para aumentar o foco, melhorar a concentração e reduzir erros em atividades escolares, tornando a rotina mais produtiva e agradável.

Música como alternativa terapêutica

Esses estudos reforçam o potencial terapêutico da música no contexto do TDAH. Com abordagens simples e acessíveis, essas descobertas oferecem novas perspectivas tanto para famílias quanto para profissionais da saúde, ampliando a compreensão sobre como a música pode melhorar significativamente a qualidade de vida e o desempenho cotidiano das pessoas que convivem com o transtorno.

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