O dia em que o Kiss tocou para tubarões brancos na Austrália

17 de setembro de 2025

Poucos momentos na história do rock se aproximam da estranheza (e genialidade) de um show realizado em 2019: o Kiss decidiu levar sua música para um público nada convencional, os temidos tubarões brancos. A performance aconteceu em Port Lincoln, no sul da Austrália, e uniu espetáculo, ciência e conservação ambiental.

A banda subiu a bordo de um barco no Oceano Índico e tocou alguns de seus clássicos, como “Rock And Roll All Nite”, transmitidos por alto-falantes subaquáticos para que as vibrações chegassem aos tubarões. O público humano era reduzido: apenas oito sortudos puderam acompanhar a experiência de dentro de jaulas submersas, em meio aos animais que circulavam pelo local.

Paul Stanley, vocalista e guitarrista do grupo, não pôde participar devido a problemas de saúde, o que comprometeu a turnê da banda pela Oceania. Ainda assim, o Kiss seguiu adiante com a apresentação, que acabou se tornando um dos episódios mais inusitados de sua longa trajetória.

A hipótese: tubarões curtem rock?

O evento foi idealizado pela Airbnb Animal Experience, iniciativa voltada ao turismo e educação ambiental. Em vez de atrair os tubarões com iscas, os organizadores quiseram testar se a música poderia servir como estímulo. A escolha pelo Kiss não foi aleatória: estudos anteriores já apontavam que tubarões reagem a frequências graves, comuns em arranjos de rock e heavy metal. Até mesmo o Discovery Channel havia sugerido uma conexão curiosa entre os predadores e o gênero musical.

Mais do que uma ação excêntrica, o concerto teve como objetivo promover o respeito aos tubarões e incentivar a conservação marinha. Para o Airbnb, a experiência ajudou a desmistificar a imagem de vilões atribuída a esses animais e a despertar empatia em relação à sua importância para os oceanos.

O resultado foi um sucesso: os tubarões apareceram, se aproximaram e, aparentemente, curtiram a trilha sonora pesada oferecida pelo Kiss. Ficou registrado na memória coletiva como um dos encontros mais improváveis entre o rock e a natureza – e uma lembrança de que até os predadores mais temidos podem ser sensibilizados pela música.