“If I Could Fly” faixa inédita de Scott Weiland é lançada dez anos após sua morte
4 de dezembro de 2025
Dez anos depois da morte de Scott Weiland, uma gravação até então desconhecida veio à tona para lembrar o mundo da sensibilidade rara de um dos vocalistas mais marcantes do rock dos anos 90 e 2000. “If I Could Fly”, escrita em 2000 logo após o nascimento de seu filho, chegou nesta quarta (3) aos serviços de streaming em um lançamento global conduzido pela Primary Wave/Virgin. É a primeira vez que um material totalmente inédito de seu arquivo pessoal é divulgado desde 2015, o que por si só já torna o momento histórico.
A canção carrega algo que sempre esteve no coração da obra de Weiland, a habilidade de unir vulnerabilidade, fantasia e um certo desalento em composições que pareciam falar diretamente com quem o ouvia. “If I Could Fly” soa como um recado deixado para quem ficou, um desejo de proteção, uma confissão íntima, quase um bilhete entregue através do tempo. A letra transita entre territórios emocionais familiares em sua trajetória: o desejo de fuga, a proteção paternal, o peso do mundo moderno e a sensação permanente de estar sendo empurrado para longe de si mesmo. É Scott como ele era, sem máscaras, sem metáforas excessivas, só verdade.
Para os fãs, o lançamento é mais do que curiosidade de arquivo. É uma forma de reencontrar uma voz que marcou gerações, seja nos anos grunge do Stone Temple Pilots, na fúria elegante do Velvet Revolver ou nos desvios sempre arriscados de sua carreira solo. Weiland, com seus timbres mutáveis e escolhas estéticas ousadas, sempre teve um tipo de magnetismo diferente. Falava da dor sem glamour, do amor sem ingenuidade e da queda sem autocomiseração.
A lembrança de sua morte ainda é dura. Em 3 de dezembro de 2015, aos 48 anos, Scott foi encontrado sem vida em seu ônibus de turnê, durante apresentações com o The Wildabouts. A toxicidade de drogas e álcool interrompeu uma voz que já havia sobrevivido a batalhas demais, mas não apagou a marca que ela deixou.
Uma década depois, “If I Could Fly” reacende a chama de um artista que sempre usou a música para mapear os territórios mais complexos da existência. É como abrir uma carta guardada por vinte anos e descobrir que ela ainda fala exatamente com quem somos hoje.