Deftones lança o disco “private music”, o primeiro álbum de inéditas em cinco anos

22 de agosto de 2025

O Deftones acaba de lançar, nesta sexta-feira (22), o aguardado private music, primeiro álbum de inéditas desde Ohms (2020). O disco chega após um período em que a banda de Sacramento viu sua música atravessar gerações, conquistando espaço nas redes sociais e aproximando-se de um público que nasceu muito depois dos primeiros riffs pesados de Adrenaline (1995).

O novo trabalho não se limita a repetir fórmulas de sucesso. private music é uma obra que coloca a banda diante de si mesma: de um lado, referências claras ao passado — é fácil identificar atmosferas que remetem a White Pony (2000) e Around the Fur (1997) — e de outro, a busca por algo inédito. Chino Moreno e companhia parecem ter entendido que a permanência no topo depende de evolução constante, sem perder a essência que os tornou únicos.

A produção assinada por Nick Raskulinecz, que já havia colaborado com o grupo em Diamond Eyes (2010) e Koi no Yokan (2012), reforça esse equilíbrio. O produtor ajuda a moldar um álbum que soa pesado, melódico e arriscado na medida certa, com um cuidado de estúdio que não sufoca a visceralidade da banda.

Lançado com o single “my mind is a mountain”, private music foi recebido com entusiasmo desde o primeiro momento. O álbum passeia por paisagens sonoras que evocam influências externas, como o peso progressivo do Mastodon ou a melancolia expansiva do Smashing Pumpkins, mas sem soar como cópia. Ao mesmo tempo, há momentos que lembram fases distintas do próprio Deftones, como a experimentação de Saturday Night Wrist (2006).

Se Ohms já havia mostrado que o Deftones estava em sintonia com a geração Z, private music é o atestado definitivo. O disco não depende da nostalgia: é atual, urgente e capaz de dialogar com quem acabou de descobrir a banda no TikTok, mas também com quem acompanha sua trajetória desde os anos 1990.

Mais do que uma volta, private music parece ser um recomeço. E, para muitos fãs, pode se tornar o novo clássico do Deftones, talvez o melhor trabalho desde Diamond Eyes.