
Julgamento de Diddy começa em Nova York com acusações graves de abuso e tráfico sexual
5 de maio de 2025
O produtor musical e empresário Sean “Diddy” Combs começa a enfrentar nesta segunda-feira (5) um dos capítulos mais graves de sua carreira: o julgamento em Nova York por uma série de acusações que incluem tráfico sexual, extorsão e abuso físico e psicológico de mulheres ao longo de mais de duas décadas.
O processo inicia com a seleção do júri, etapa que pode levar vários dias. As alegações iniciais e os depoimentos devem começar na próxima semana, com previsão de duração mínima de oito semanas.
Segundo o extenso documento de 17 páginas apresentado pelos promotores, Diddy teria utilizado sua influência e os recursos de seu império multimídia — que inclui gravadoras, marcas de roupas, empresas de bebidas e programas de TV — para manipular e explorar sexualmente diversas mulheres.
Entre as acusações estão:
Organização de festas sexuais regadas a drogas, apelidadas de “Freak Offs”, com a presença de profissionais do sexo e jovens promissoras da música e do entretenimento;
Violência e intimidação física, incluindo relatos de espancamentos, sequestros e até um caso em que uma vítima teria sido pendurada em uma sacada;
Abuso de poder, usando promessas de impulsionar carreiras artísticas em troca de favores sexuais, e punindo com represálias quem se recusava a obedecer;
Conspiração com membros de sua equipe e funcionários, que teriam ajudado a silenciar e controlar as vítimas.
O caso é resultado de um acúmulo de denúncias e investigações, algumas públicas e outras em sigilo, que se intensificaram nos últimos dois anos, à medida que outras celebridades e influenciadores vinham sendo responsabilizados por comportamentos abusivos no cenário norte-americano.
Apesar de todos os indícios reunidos pela acusação, a equipe de defesa de Diddy afirma que o produtor é inocente e que as denúncias são “tentativas oportunistas de difamação e chantagem”.
A sociedade e a indústria cultural estarão de olho nesse julgamento, que pode se tornar um marco nas discussões sobre abuso de poder, cultura do silêncio e responsabilização de figuras influentes no mundo do entretenimento.