LIAM GALLAGHER MOSTRA O QUE É UM SHOW DE ROCK

18 de novembro de 2022

Turnê que passou pelo Brasil mostra o cantor em seu melhor momento na carreira solo  

Por Carlos Eduardo Oliveira

“Essa noite, eu sou um astro do rock”. Berrando a letra que o auto define e com o característico queixo colado no microfone em pose quase desafiadora aos ali à sua frente: esse, o “modo” Liam Gallagher de dar boas vindas ao crowd que, já em êxtase com “Rock’n’Roll Star”, lotava o Espaço Unimed na calorenta noite em São Paulo – a impressão é que, fosse o show em um sábado, a casa “não daria conta”.

Inevitável comparação, se os shows do Irmão Mais Velho, Noel, tem um quê mais contemplativo, de muitas passagens acústicas e semiacústicas, o cartaz no palco antes das luzes se apagarem não poderia ser mais direto: “rock’n’roll”, lia-se.

E assim foi. Meio curto (uns 80 e poucos minutos), mas muito energético.

Com três guitarras em cena revezando-se em solos e riffs de introdução, Liam não economizou na atitude e pegada rocker.

Ótima banda, aliás, que “levantou” seus shows e nada tem a ver com o insosso Beady Eye, esforço pós Oasis que não foi a lugar nenhum.

Duas boas cantoras nos vocais de apoio encorpam o bom registro vocal do britânico.  
 
“Algum fã do Oasis in the outs?”, perguntava o bardo, quase punk que é, comunicando-se com a galera em frases permeadas de fucks e com um sotaque das quebradas de Manchester quase incompreensível.

E se o irmão assina a letra da maioria dos hits do Oasis, quem deu voz a eles foi Liam – nada mais legitimo que suas apresentações se escorem neles. Afinal, apesar de toda a atenção para seu material solo, – o bom disco “C’Mon You Know” saiu neste 2022 -, todos estavam lá pra isso.

E o inglês não negou fogo: “Morning Glory”, “Stand by Me”, “Some Might Say”, a já citada “Rock’n’Roll Star”, “Slide Away”, “Supersonic”, “Wonderwall”; no bis, “Live Forever” e “Champagne Supernova” literalmente “fizeram a noite” de quem lá esteve, num memorável show de rock.

Gallagher parece ter atingido na carreira solo a maturidade musical pós-Oasis que lhe faltava.

Fanático por futebol e torcedor-símbolo do Manchester City, não faltaram também afagos ao time de coração. E a jogadores brasileiros que jogam na Inglaterra e vão à Copa do Qatar.

Detalhes engraçados da noite: Liam, como sempre, “embrulhado” em duvidosos figurinos – no caso, uma jaqueta – provavelmente saída de sua grife de moda (sim, ele tinha uma). E provavelmente suando como camelo no deserto.

Agora, olhar-se no espelho da lateral dos teclados no meio do show para “dar um tapa” no cabelo, só ele mesmo. Várias vezes! Liam sendo Liam.   

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