Linkin Park revela por que não toca “One More Light” nos shows, “É triste demais”

21 de julho de 2025

O renascimento do Linkin Park após a morte de Chester Bennington tem sido um dos capítulos mais delicados da história recente do rock. Mesmo com o novo álbum From Zero, lançado em 2024, e a adição da vocalista Emily Armstrong à formação, algumas canções continuam sendo terreno sagrado ou, no caso de “One More Light”, emocionalmente impossível de revisitar no palco.

Em entrevista ao The Guardian, Mike Shinoda explicou que a banda tomou a decisão consciente de não incluir a faixa-título de seu álbum de 2017 nos setlists. “Todos nós queríamos que nosso show tivesse uma vibração realmente boa. Quero que vocês saiam sentindo que esta foi uma noite maravilhosa, especial e divertida”, declarou. Segundo ele, a carga emocional da música tornou-se insuportável desde a morte de Chester.

O que torna tudo ainda mais sensível é o fato de que “One More Light” nem sequer foi escrita originalmente sobre Bennington. “Foi para uma mulher da gravadora com quem trabalhávamos que faleceu”, explicou Shinoda. “Mas depois que Chester faleceu, o mundo decidiu que era sobre ele. E então, é triste demais tocar.”

Desde a perda de seu vocalista, em julho de 2017, o Linkin Park optou por um hiato silencioso. Foram sete anos de luto, dúvidas e reflexões, até que o grupo decidiu voltar à ativa, agora com Emily Armstrong (ex-Dead Sara) dividindo os vocais com Shinoda. A nova formação também inclui Colin Brittain na bateria e, temporariamente, Alex Feder na guitarra, substituindo Brad Delson, que optou por não participar da turnê por motivos pessoais.

Ainda que a banda esteja renovada e buscando uma abordagem positiva nos palcos, o respeito à memória de Chester continua sendo uma linha clara no retorno. One More Light é mais do que uma música, virou um símbolo coletivo do luto e da conexão entre artista e fãs.

Com um repertório repaginado, o Linkin Park se apresenta agora como um grupo que encara o futuro, mas sem ignorar as cicatrizes do passado. E mesmo com canções ausentes, o que ecoa nos palcos é a vontade de continuar, sem apagar o que foi.