Mario Vargas Llosa morre aos 89 anos em Lima

14 de abril de 2025

O escritor peruano Mario Vargas Llosa, vencedor do Prêmio Nobel de Literatura em 2010, morreu neste domingo (13), aos 89 anos, em Lima. A notícia foi confirmada por seu filho, Álvaro Vargas Llosa, nas redes sociais. A causa da morte não foi divulgada.

“É com profundo pesar que anunciamos que nosso pai, Mario Vargas Llosa, faleceu hoje em Lima, cercado pacificamente por sua família”, escreveu Álvaro. “Sua partida entristece seus parentes, amigos e seus leitores ao redor do mundo, mas nos consola saber que ele teve uma vida longa, múltipla e frutífera, e deixa atrás de si uma obra que o sobreviverá.”

Segundo a família, não haverá cerimônia pública. Os restos do escritor serão cremados conforme sua vontade.

Vargas Llosa foi uma das principais vozes do chamado “boom latino-americano”, ao lado de Gabriel García Márquez, Julio Cortázar, Carlos Fuentes e Juan Rulfo. Em 2010, a Academia Sueca reconheceu sua obra por sua “cartografia das estruturas de poder e suas imagens vigorosas sobre a resistência, revolta e derrota individual”.

Com uma produção vasta e multifacetada, Vargas Llosa abordou desde a ditadura militar no Peru até o erotismo, a vida urbana e o confronto entre civilização e barbárie. Seus romances, ensaios e crônicas se tornaram referências incontornáveis da literatura em língua espanhola.

Relembre principais obras:

  • 1959 – “Os Chefes”: coletânea de contos sobre conflitos juvenis e tensões sociais no Peru;
  • 1963 – “A Cidade e os Cachorros”: crítica à violência em um colégio militar de Lima;
  • 1966 – “A Casa Verde”: narrativa fragmentada sobre miséria, desejo e corrupção;
  • 1969 – “Conversa na Catedral”: mergulho na corrupção sob a ditadura peruana dos anos 1950;
  • 1974 – “Pantaleão e as visitadoras”: história tragicômica sobre militares e prostituição na selva;
  • 1977 – “Tia Júlia e o escrevinhador”: romance autobiográfico com humor e nostalgia;
  • 1981 – “A Guerra do Fim do Mundo”: releitura épica da Guerra de Canudos, no Brasil;
  • 1984 – “História de Mayta”: retrato político de uma revolução fracassada;
  • 1986 – “Quem matou Palomino Molero?”: investigação sobre crime e corrupção;
  • 1987 – “O falador”: oposição entre civilização e natureza na Amazônia peruana;
  • 1988 – “Elogio da Madrasta”: exploração literária do erotismo e dos limites morais;
  • 1993 – “Lituma nos Andes”: narrativa policial ambientada em um vilarejo andino;
  • 1997 – “Os cadernos de Dom Rigoberto”: continuação de “Elogio da Madrasta”;
  • 2000 – “A Festa do Bode”: análise da ditadura de Trujillo, na República Dominicana;
  • 2003 – “O Paraíso na Outra Esquina”: ficção histórica sobre Gauguin e Flora Tristán;
  • 2006 – “Travessuras da Menina Má”: romance sobre amor obsessivo e encontros ao redor do mundo;
  • 2010 – “O Sonho do Celta”: vida de Roger Casement e denúncia dos abusos coloniais;
  • 2013 – “O Herói Discreto”: dilemas morais no Peru contemporâneo;
  • 2016 – “Cinco Esquinas”: amizade, desejo e sensacionalismo na imprensa;
  • 2020 – “Tempos Ásperos”: golpe na Guatemala e os bastidores da Guerra Fria.

A morte de Vargas Llosa marca o fim de uma era para a literatura latino-americana, mas sua obra permanece viva — rica em complexidade, crítica e paixão pela liberdade.

Via Portal G1

Tags:

Peça sua música

Quer sugerir uma música para rolar na minha programação? É só preencher os campos abaixo:

Aplicativo

Você pode ouvir a rádio Mundo Livre direto no seu smartphone.

Disponível no Google Play Disponível na App Store

2025 © Mundo Livre FM. Todos os direitos reservados.