Música ultrapassa cinema em receita global pela primeira vez na história

27 de dezembro de 2024

Em uma reviravolta histórica, os direitos autorais da música ultrapassaram a bilheteria global do cinema em 2023, marcando um marco significativo na indústria cultural. De acordo com um relatório de Will Page, ex-economista-chefe do Spotify e da PRS For Music, a arrecadação da música, incluindo gravações, publicações e royalties, alcançou impressionantes US$ 45,5 bilhões, superando os US$ 33,2 bilhões arrecadados pela indústria cinematográfica.

Os direitos autorais musicais têm crescido a uma taxa média de 11% ao ano desde 2021, indicando uma aceleração sem precedentes. Em 2019, o cenário era completamente diferente: a bilheteria do cinema superava a receita musical em 33%. Agora, a música é 38% mais valiosa, um reflexo das mudanças no consumo cultural impulsionadas por plataformas digitais como Spotify e YouTube.

Segundo Page, “Se alguém tivesse sugerido em 2015 que a música ultrapassaria o cinema, teria sido ridicularizado. Na época, a tela prateada dominava serviços como Spotify e Netflix.”

Fatores que impulsionam o setor musical

Além do crescimento dos serviços de streaming, as vendas de vinil estão ressurgindo de forma surpreendente. Enquanto o streaming cresceu 10,4% em 2023, as vendas de vinil tiveram um aumento ainda mais expressivo, de 13,4%. Especialistas preveem que o vinil em breve superará o CD como formato físico dominante globalmente.

Outro fator relevante é o papel crescente da performance ao vivo na geração de receitas. Pela primeira vez, os royalties de shows ao vivo superaram os de licenciamento para performances públicas, como em hotéis e restaurantes.

Embora o streaming continue sendo uma peça fundamental, a divisão de receitas na indústria musical permanece constante: 63% dos ganhos vão para gravadoras e artistas, enquanto 37% são destinados a compositores, editoras e organizações de gestão coletiva.

A música ao vivo também está desempenhando um papel cada vez mais importante, com performances no palco gerando mais royalties do que músicas tocadas em espaços públicos.

A cultura em transformação

Esse avanço da música em relação ao cinema reflete mudanças profundas nos hábitos de consumo cultural. Com mais músicas sendo lançadas diariamente do que em todo o ano de 1989, estima-se que o número de criadores musicais cresça de 75,9 milhões para 198,2 milhões até 2030.

Enquanto a indústria do cinema enfrenta desafios na recuperação pós-pandemia, o setor musical continua a se reinventar e expandir suas fronteiras, mostrando que estamos vivendo uma era de ouro para a música. “Não se engane, é hora do boom”, concluiu Page.

Via NME

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