Os 10 discos de rock nacional mais influentes da história

23 de maio de 2023

Temos uma mania de sempre valorizar o que vem de fora, achar que por estar em um outro idioma tem mais qualidade, e assim, acabamos chamando as bandas internacionais, de grandes influências para o rock nacional. Bom talvez em uma grande parte isso seja verdade, mas o contrario também é real. Foi o próprio Dave Grohl, do Foo Fighters, que falou como o Sepultura revolucionou o metal, adicionando elementos e batuques indígenas para criar um som jamais imaginado. Foi no tropicalismo que vimos o rock psicodélico ir para lugares que nem mesmo os Beatles podiam imaginar que chegaria. Mas é claro que bebemos da fonte dos grandes nomes do rock internacional, mas não podemos deixar de valorizar nossa essência brazuca.

O rock brasileiro é muito robusto e plural, repleto de discos que estabeleceram parâmetros para outras gerações e que até hoje são reverenciadas aqui e no mundo todo. Há nesse leque imenso de bandas e álbuns, fusões de estilos, letras engajadas, sonâncias inovadores, discos que se destacam como um marco nacional e composições que inspiraram nomes como David Byrne (Talking Heads) a David Bowie.

O movimento Tropicalismo, iniciado lá nos anos 60, deu o tom de como seria as décadas mais roqueiras do país, os anos 80 e 90, mostrando a inquietação dos artistas e do povo, os anseios da juventude, e a reflexão nua e crua da realidade social e cultural do país. Neste contexto quero destacar dez álbuns que foram cruciais para estabelecer uma identidade a esse cenário do roqueiro nacional e que consagraram os artistas como precursores e ícones da história da música brasileira.

A escolha foi baseada na importante histórica, relevância, influência e impacto cultural.

• “Tropicália ou Panis et Circencis” (1968) – O disco foi um dos principais representantes do movimento tropicalista, liderado por artistas como Caetano Veloso e Gilberto Gil. Misturando influências de rock, música popular brasileira e vanguarda, o disco desafiou as convenções musicais da época e se tornou um marco na história cultural do Brasil.

• “Secos & Molhados” (1973) – O álbum de estreia da banda Secos & Molhados foi um divisor de águas na música. Com sua mistura única de rock, MPB e teatralidade, o disco trouxe uma abordagem inovadora para a cena musical, influenciando várias gerações de artistas.

• “Acabou Chorare” (1972) – O disco dos Novos Baianos, é considerado uma obra-prima! Combinando elementos de rock, samba, música nordestina e psicodelia, o disco capturou a essência da cultura brasileira.

• “Refazenda” (1975) – Esse álbum, lançado por Gilberto Gil, é um dos mais importantes da sua carreira e também um marco no rock brasileiro. Com influências de reggae, o disco apresenta letras engajadas e uma sonoridade diversificada, contribuindo para a expansão dos limites do gênero.,

• “Raul Seixas” (1973) – Com letras irreverentes e críticas sociais, combinadas com uma sonoridade influenciada pelo rock ‘n’ roll, o disco consolidou a figura de Raul Seixas como um dos maiores expoentes do rock.

• “Legião Urbana” (1985) – O álbum “Dois”, é um dos mais icônicos dos anos 80. Com letras profundas e introspectivas, aliadas a uma sonoridade que mistura punk rock e new wave, o disco conquistou uma legião de fãs.

• “Raimundos” (1994) – O álbum de estreia da banda Raimundos é considerado um dos responsáveis por popularizar o rock brasileiro nos anos 90. Com suas letras irreverentes, influência do punk rock e elementos da cultura nordestina, o disco trouxe uma sonoridade única e se tornou um sucesso nacional.

• “Os Mutantes” (1968) – O álbum de estreia da banda Os Mutantes trouxe a sua fusão de rock psicodélico, música experimental e influências da cultura pop, o disco foi inovador para a época e influenciou gerações futuras de artistas.

• “A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado” (1970) – Lançado pelos Mutantes, esse álbum é outro trabalho seminal da banda. Com seu estilo eclético e surrealista, o disco apresenta uma combinação única de rock, música brasileira e experimentalismo, consolidando o status dos Mutantes como uma das bandas mais criativas do Brasil.

• “Clube da Esquina” (1972) – Esse álbum é uma colaboração entre os músicos mineiros Milton Nascimento e Lô Borges, além de contar com a participação de outros artistas da cena musical de Minas Gerais. Com sua abordagem única, mesclando rock, MPB, jazz e influências regionais, o disco é considerado uma obra-prima da música brasileira. Suas composições poéticas, melodias marcantes e arranjos sofisticados trouxeram uma nova perspectiva para o rock nacional, elevando-o a um patamar de excelência artística.