Os 25 anos de ‘Iris’ do Goo Goo Dolls… vocalista diz que segredo do hit é ‘mensagem simples’

8 de maio de 2023

Mesmo 25 anos após ser lançada, “Iris” ainda borra a maquiagem de convidadas em casamentos. Ainda é trilha sonora de lojas em shoppings. Ainda embala a corrida de muita gente no Uber. A música sobre um cara disposto a trocar qualquer privilégio apenas para tocar a pele de sua amada ajudou o Goo Goo Dolls a vender mais de 15 milhões de álbuns.

“Ela tem uma mensagem muito simples e acho que todo mundo sente isso dentro de si em algum momento da vida. É algo com que todo mundo pode se identificar”, explica John Rzeznik, vocalista da banda americana, ao g1.

Na série “Quando eu hitei”, artistas do pop relembram como foi o auge e contam como estão agora. São nomes que você talvez não se lembre, mas quando ouve a música pensa “aaaah, isso tocou muito”. Leia mais textos da série e veja vídeos ao final desta reportagem.

No Brasil, para muita gente eles são “a banda de Iris”. “Não é só no Brasil…”, interrompe o cantor, sorrindo. A banda americana começou punk nos anos 80, mas se encontrou no pós-grunge romântico a partir da segunda metade dos anos 90. “Iris” não foi o único sucesso: “Name”, de 1995, e “Slide”, de 1998, entraram no top 10 americano.

Nada que se compare a “Iris”. “Sem essa música, talvez poderia ter voltado a estudar, sei lá. Sempre fomos bons em aproveitar a menor oportunidade que nos era dada, celebrar cada conquista por menor que ela fosse. A gente corria atrás da menor chance que tinha para fazer sucesso e aprendia com cada erro, mas continuava indo, indo e indo. É o que temos feito por um longo tempo.”

A música foi criada especialmente para o filme “Cidade dos Anjos”, sobre um casal formado por um anjo (Nicolas Cage) e uma médica (Meg Ryan). “Asas do Desejo”, primeira versão em alemão, havia sido dirigida e roteirizada por Win Wenders.

“Eu estava morando em um hotel em Los Angeles na época e meu empresário me ligou e disse: ‘Ei, você quer ir ver este filme? O supervisor da trilha quer que você escreva uma música para ele’. E eu pensei ‘OK, claro’. Então, eu fui lá e vi. Eu achei o filme ok”, recorda. Como U2, Peter Gabriel e Alanis Morissette estavam confirmados na trilha sonora, Rzeznik já estava meio que convencido antes mesmo de ver o trecho para o qual deveria compor.

“Ele me mostrou a cena em particular que ele queria que eu escrevesse. O que eu diria se eu fosse esse cara e quisesse estar com essa pessoa de qualquer jeito. Uau, esse cara está disposto a desistir da imortalidade por ela, sabe? Deixar de ser imortal apenas para ficar com essa pessoa. Ter que experimentar todas as coisas que doem em ser humano. Eu achei que isso intenso, porque todos queremos encontrar esse amor perfeito.”

“Iris” vai estar no show que a banda fará no festival Best of Blues and Rock, em São Paulo. “Ganhamos a vida na estrada, porque não dá mais dinheiro vender discos”, explica ele. “Eu amo o fato de que as pessoas ainda querem nos ver e que nossa música ainda seja relevante.”

“Não somos, obviamente, a maior banda do mundo, mas isso não impede de querer ser a melhor. Ou a melhor que podemos ser, sabe? E essa é uma pergunta que nos fazemos quando nos reunimos. Como podemos melhorar nisso? Como podemos trazer algo novo para as pessoas?”

O discurso é motivacional e parece sincero, mas quase 40 anos de carreira trouxe também trouxe arrependimentos, certo? “Eu tenho tantos… sinto que vivi apenas tropeçando dia a após dia, esperando sair distraído para a rua e ser atropelado por um caminhão de lixo.”

“Acho que meu maior arrependimento é que eu não fui tão decisivo e corajoso como deveria ter sido em certos momentos. Eu não me posicionei em situações que pareciam instáveis, só para me dar bem. E agora eu estou numa fase mais “foda-se”, sabe?”, define-se, rindo.

“Agora eu sou do tipo ‘Não, isso é meu. Isso é nosso. Não me importo com o que você pensa’. Mas, por um longo tempo no início da nossa carreira, duvidei de mim mesmo um pouco demais. Deveria ter tido um pouco mais de fé em mim mesmo e nas duas pessoas que estiveram em minha vida durante boa parte desse tempo. Gostaria de ter tido um pouco mais de fé neles.”

Embora desconverse sobre quem são essas pessoas, o Goo Goo Dolls já teve os bateristas George Tutuska e Mike Malinin em sua formação.

Hoje, o Goo Goo Dolls é uma dupla: o baixista Robby Takac fundou a banda com Rzeznik em 1986. “Ainda somos grandes amigos”, resume. “Entendemos qual é nosso papel e o que fazemos, e juntos há algo entre nós, sabe, se ele ou eu formos por caminhos separados, acho que não funcionaria.”

“Estava no estúdio outro dia e havia outra banda, uma banda muito famosa gravando no estúdio do lado, e eu estava trabalhando lá perto. E esses caras estavam discutindo, estavam prestes a se matar”, descreve o vocalista, rindo. “Eu liguei para ele e disse: ‘Cara, eu sei que você e eu temos nossas desavenças e nem sempre concordamos, mas não importa o que você pense, nós não somos tão ferrados quanto esses caras aqui.”

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