Ouvir música pode reduzir em até 40% o risco de demência na terceira idade, aponta estudo australiano

17 de novembro de 2025

Pesquisa com mais de 10 mil idosos revela impacto do engajamento musical na saúde cerebral

Um estudo pioneiro da Universidade Monash, na Austrália, revelou que ouvir música regularmente na terceira idade pode reduzir em até 39% o risco de desenvolver demência. A pesquisa acompanhou 10.893 australianos com 70 anos ou mais, todos vivendo em comunidades de aposentadoria e sem diagnóstico prévio da doença.

Os participantes responderam a questionários sobre seus hábitos musicais: se ouviam música com frequência e se tocavam algum instrumento. O acompanhamento mínimo foi de três anos.

Ouvir música: impacto direto no risco de demência

Segundo os dados, idosos que afirmaram ouvir música “sempre” apresentaram:

  • 39% menos risco de desenvolver demência
  • 17% menos risco de comprometimento cognitivo leve
  • Melhor desempenho em testes de cognição geral
  • Melhora em memória episódica, aquela ligada a lembranças pessoais

Tocar um instrumento também ajuda

Idosos que tocavam instrumentos musicais com regularidade apresentaram: 35% menos risco de desenvolver demência. No entanto, ao contrário dos ouvintes assíduos, esse grupo não teve redução significativa em outras formas de comprometimento cognitivo — como déficits leves ou moderados.

Já aqueles que ouvem e tocam música tiveram um resultado intermediário, com:

  • 33% menos risco de demência
  • 22% menos risco de outras deficiências cognitivas

O estudo também identificou que o engajamento musical foi mais eficaz em pessoas com maior nível educacional:

  • Em idosos com 16 anos ou mais de escolaridade, o benefício foi mais consistente
  • Entre aqueles com educação média (12–15 anos), os resultados foram mais irregulares

Esse fator educacional ajuda a explicar diferenças de estímulo cognitivo acumulado ao longo da vida.

Apesar dos resultados encorajadores, os cientistas reforçam que a pesquisa não comprova causalidade.
De acordo com a principal autora, Emma Jaffa, as atividades musicais devem ser vistas como “uma estratégia acessível de estímulo cognitivo”, mas ainda sem garantia de prevenção formal.

Outro ponto importante citado pelos pesquisadores: Perda auditiva é um fator de risco conhecido para demência, e o uso de aparelhos auditivos já demonstrou ajudar a desacelerar o declínio cognitivo — o que pode influenciar indiretamente esse tipo de estudo.

Para a epidemiologista Joanne Ryan, da Universidade Monash: “Ouvir música ativa diversas regiões do cérebro, proporcionando estimulação cognitiva, o que ajuda a reduzir o risco de demência.”. O trabalho foi publicado no International Journal of Geriatric Psychiatry.

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