
Quando o silêncio fala alto: 5 músicas melancólicas que transformaram álbuns pesados em clássicos
18 de setembro de 2025
Nem só de peso vive o heavy metal. Alguns dos momentos mais marcantes do gênero surgem justamente quando as guitarras distorcidas dão um passo para trás e abrem espaço para a melancolia, a atmosfera e até a fragilidade. É nesse contraste que muitas bandas encontram a chave para criar obras completas, emocionantes e inesquecíveis.
Selecionamos cinco álbuns (e cinco faixas) que mostram como a suavidade pode ser tão impactante quanto o peso.
Metallica – Master of Puppets (1986)
O épico “Welcome Home (Sanitarium)” prova que o Metallica sabia trabalhar com dinâmica desde cedo. Inspirada em Um Estranho no Ninho, a música começa com uma linha suave de guitarra limpa, que evolui para um refrão explosivo. A transição entre calma e fúria é uma das razões pelas quais o disco é considerado um dos maiores da história do metal.
Black Sabbath – Vol. 4 (1972)
Em meio a riffs pesadíssimos, “Changes” surge como um piano delicado e quase desarmado. Ozzy Osbourne canta sobre separação com uma sinceridade inesperada para os padrões da época, e a faixa virou uma das mais emocionais da discografia do Sabbath — provando que até os pais do metal sabiam a hora de tirar o pé do acelerador.
Opeth – Blackwater Park (2001)
A mistura entre brutalidade e melancolia sempre foi marca registrada do Opeth, mas “Harvest” leva isso a outro nível. A faixa acústica, quase folk, é um respiro dentro de um dos álbuns mais sombrios da banda sueca, mostrando como a alternância entre estilos amplia o impacto do peso quando ele retorna.
Slayer – South of Heaven (1988)
O disco abre com a faixa-título, que surpreende ao não apostar de imediato na velocidade costumeira do Slayer. “South of Heaven” é lenta, arrastada e sombria, criando um clima atmosférico que, paradoxalmente, a torna ainda mais assustadora que os ataques de velocidade típicos da banda.
Iron Maiden – Seventh Son of a Seventh Son (1988)
O lado progressivo do Maiden se encontra em “Seventh Son of a Seventh Son”, faixa de nove minutos que se desenvolve em camadas. Entre solos e crescendos, há passagens atmosféricas com teclados e vocais quase etéreos que transportam o ouvinte para outro lugar antes de devolvê-lo ao terreno das guitarras afiadas.
Esses momentos provam que, no metal, a intensidade não está apenas no volume ou na velocidade. Às vezes, é justamente o espaço entre as notas, o dedilhado suave ou a melodia atmosférica que fazem com que o peso, quando retorna, seja ainda mais devastador.