Raul Seixas: o eterno retorno do rock brasileiro

26 de junho de 2025

34 anos após sua morte, Raul Seixas segue mais vivo do que nunca, em eventos, homenagens e até série biográfica no streaming

Quando Raul Seixas morreu naquele 29 de agosto de 1989, o cenário não parecia promissor. Longe do auge comercial, marginalizado pelas gravadoras e frequentemente impedido de subir aos palcos por conta de seu comportamento imprevisível e saúde deteriorada pelos abusos, o baiano Raulzito parecia destinado ao esquecimento. Contudo, a história provou justamente o contrário.

Hoje, mais de três décadas depois, Raul é uma presença constante na cultura pop nacional, mostrando-se maior que os excessos e as dificuldades que enfrentou em vida. Este ano, Raul completaria 80 anos em 28 de junho e as celebrações já estão em pleno vapor. No Circo Voador, no Rio de Janeiro, o guitarrista Rick Ferreira, parceiro histórico de Raul, dirige um grande show tributo com participações especiais. Já o Museu da Imagem e do Som (MIS), em São Paulo, prepara a exposição “O Baú de Raul”, prevista para julho, reunindo itens preciosos da carreira do artista.

Mas a homenagem mais robusta vem do streaming. “Raul Seixas: Eu Sou”, nova série biográfica que acaba de estrear na plataforma Globoplay, promete aprofundar ainda mais a aura de mito ao retratar desde a adolescência até os últimos dias de Raul. Com Ravel Andrade no papel principal e João Pedro Zappa como Paulo Coelho, parceiro criativo em sucessos eternos como “Gita” e “Al Capone”, a produção tem tudo para apresentar Raul Seixas a uma nova geração de fãs.

A trajetória de Raul não pode ser contada sem mencionar sua paixão precoce pelo rock’n’roll americano. Inspirado por Elvis Presley e Little Richard, Raul fundou ainda jovem o Elvis Rock Club, que posteriormente se transformaria no Raulzito e os Panteras. Apesar de um primeiro álbum sem grandes repercussões, Raul rapidamente encontrou seu espaço na indústria musical ao assumir o cargo de diretor artístico da CBS, produzindo artistas de peso como Jerry Adriani e Renato e seus Blue Caps.

Foi com álbuns como “Krig-ha, Bandolo!” e “Novo Aeon” que Raul consolidou sua relevância. Junto a Paulo Coelho, criou a controversa Sociedade Alternativa, inspirada nos ensinamentos do místico Aleister Crowley. A parceria também trouxe perseguições da ditadura militar e levou a dupla ao exílio temporário nos Estados Unidos.

Apesar dos desafios pessoais que enfrentou, especialmente relacionados ao álcool, Raul continuou a produzir músicas que se tornaram hinos, como “Maluco Beleza”, “Mosca na Sopa” e “Metamorfose Ambulante”. Seu álbum final, “A Panela do Diabo”, ao lado de Marcelo Nova, trouxe um breve retorno aos palcos com uma turnê memorável, vista quase como milagrosa pelos fãs e crítica.

Raul Seixas pode até ter partido fisicamente naquele distante agosto, mas sua influência nunca esteve tão viva. Seja em exposições, shows tributo ou novas produções audiovisuais, Raul permanece essencial, perpetuando sua imagem como o mais autêntico e rebelde profeta do rock brasileiro.

Via Billboard

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