
Relatório Indústria músical em 2025: entre palcos virtuais, lives e a busca pela reinvenção
23 de setembro de 2025
A Luminate Intelligence acaba de divulgar seu relatório anual sobre as “Principais Mudanças na Indústria Musical”, e o cenário de 2025 deixa claro que a engrenagem do mercado não para de girar e, às vezes, parece até girar mais rápido do que deveria.
Com o streaming chegando ao limite de saturação e os shows presenciais sofrendo os efeitos de uma desaceleração pós-pandemia, a indústria se vê diante de um impasse: como manter o público engajado em um mercado instável e competitivo?
O palco virtual ganha força
O estudo aponta que os shows virtuais e transmissões ao vivo deixaram de ser uma solução emergencial da pandemia para se tornarem uma alternativa real de crescimento. Se em 2020 as lives eram um respiro para os fãs isolados em casa, hoje elas representam um espaço de inovação.
Exemplos não faltam: o Tomorrowland alcançou mais de 74 milhões de espectadores em apenas dois finais de semana via TikTok, enquanto artistas como Ariana Grande, Snoop Dogg e Metallica já marcaram presença em performances dentro do Fortnite, unindo música, games e cultura digital em uma experiência interativa.
Até o Napster, pioneiro da revolução digital, retorna reformulado, apostando em shows imersivos e experiências virtuais, reforçando a ideia de que o entretenimento digital é um território em franca expansão.
Geração Z: entre a tela e o palco físico
Mas o que pensa o público mais conectado de todos os tempos? Segundo o relatório, a Geração Z mantém uma contradição interessante: ao mesmo tempo em que é a mais aberta às experiências digitais, é também a que mais valoriza o show físico.
- Mulheres da Gen Z lideram a frequência em shows presenciais, em busca da energia, da imersão e da conexão humana que só o palco real oferece.
- Homens da mesma geração, por outro lado, demonstram maior interesse pelos formatos virtuais: quase 50% veem as transmissões ao vivo como uma ótima forma de se conectar a seus artistas, e 38% consideram empolgante a ideia de shows com hologramas ou em realidade virtual.
Esse recorte mostra que o futuro da música pode estar em um equilíbrio delicado entre os dois mundos: preservar o valor insubstituível do show presencial, mas abrir espaço para novas experiências que dialoguem com a cultura gamer, o universo digital e as formas de consumo on-demand.
A indústria da música em 2025 vive um momento de transição.
Se o streaming deu sinais de saturação, o palco virtual aparece como alternativa, não como substituto, mas como complemento. A aposta é clara: o futuro não será apenas físico ou apenas digital, mas uma mistura híbrida capaz de satisfazer diferentes perfis de público.