Reunião do Oasis lota Manchester e gera fundo de apoio a casas de shows independentes

1 de agosto de 2025

Com cinco shows esgotados no Heaton Park e impacto direto no turismo, cidade cria modelo de reinvestimento na cena local

O retorno do Oasis aos palcos em 2025 não está apenas sacudindo os fãs de britpop mundo afora — está também impulsionando mudanças concretas na política cultural de Manchester. Após cinco apresentações com ingressos esgotados no Heaton Park, os irmãos Gallagher ajudaram a movimentar não só a nostalgia coletiva da cidade, mas também a economia local.

Com público total de cerca de 300 mil pessoas só nos shows do Oasis, e mais de 1,3 milhão de turistas circulando por Manchester recentemente para ver nomes como Billie Eilish, Olivia Rodrigo, Charli XCX, Elbow, Fontaines D.C. e Robbie Williams, a prefeitura anunciou um passo inédito: parte da arrecadação será destinada à criação de um fundo de incentivo para casas de shows independentes da cidade.

A medida, inédita no Reino Unido, é uma tentativa de fortalecer a base da cadeia musical local. O fundo, equivalente a R$ 1,8 milhão, vai apoiar pequenos espaços que muitas vezes são a porta de entrada para novos artistas, mas enfrentam dificuldades crescentes para se manterem de pé.

Ecossistema musical

Para Bev Craig, líder do conselho da cidade, os shows de grande porte são a ponta do iceberg: “Esses eventos só existem porque fazem parte de um ecossistema. As casas pequenas são fundamentais para o surgimento e desenvolvimento dos artistas. Queremos garantir que também colham os frutos do sucesso da cidade.”

Parte dos recursos será reinvestida no próprio Heaton Park, que recebeu os shows do Oasis, mas a maior parcela será aberta para inscrição de pequenas casas de espetáculos locais que queiram concorrer a um pedaço do fundo. A proposta é fortalecer a infraestrutura musical de base, com apoio financeiro que viabilize reformas, compra de equipamentos e pagamento de equipe.

Jay Taylor, do Music Venue Trust, destacou o caráter exemplar da iniciativa: “É inspirador ver Manchester reconhecer seu papel como uma das grandes cidades musicais do mundo. Esperamos que outras cidades e vilas façam o mesmo.”