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Roger Waters discursa na ONU e critica papel do Ocidente na guerra na Ucrânia
21 de fevereiro de 2025
O ex-baixista do Pink Floyd, Roger Waters, voltou a se posicionar sobre política internacional e fez um discurso polêmico no Conselho de Segurança da ONU, em uma reunião realizada esta semana em Nova York. Aos 81 anos, o músico utilizou sua participação virtual para criticar líderes ocidentais e defender que a guerra na Ucrânia poderia ter sido evitada por meio da diplomacia.
Com uma bandeira da Palestina presa à lapela, Waters ironizou as críticas sobre seu envolvimento em assuntos geopolíticos: “Eu posso ser apenas um músico, mas estou aqui para falar sobre guerra, paz e amor, e minhas credenciais são essas”.
Durante o discurso, Waters condenou a invasão russa, mas afirmou que o conflito poderia ter sido evitado se as negociações de paz tivessem sido priorizadas. Ele direcionou críticas ao ex-primeiro-ministro britânico Boris Johnson, acusando-o de ter barrado tentativas diplomáticas que poderiam ter levado a um cessar-fogo.
A fala que mais causou surpresa, no entanto, foi quando elogiou Donald Trump e Vladimir Putin, alegando que ambos estariam iniciando “negociações de bom senso” para tentar encerrar a guerra. A declaração gerou reações imediatas, tanto de apoiadores quanto de críticos que acusam Waters de minimizar as ações do governo russo.
Apesar das polêmicas, o músico se mostrou esperançoso: “Talvez haja um vislumbre de luz no final deste túnel escuro de guerra”, disse, enfatizando a importância de priorizar a paz no cenário geopolítico atual.
Além de abordar a guerra na Ucrânia, Waters fez uma menção rápida à Palestina, uma causa que apoia há anos. Ele comentou: “A Palestina não é realmente uma guerra, é? Não me façam falar sobre isso”, reafirmando sua posição crítica ao tratamento dado aos palestinos no conflito com Israel.
A fala reforça o longo histórico de engajamento político do ex-Pink Floyd. Waters já enfrentou boicotes e cancelamentos de shows por conta de suas opiniões, especialmente suas críticas ao governo israelense e ao imperialismo ocidental.
Como já aconteceu em outras ocasiões, o discurso de Roger Waters gerou reações divididas. Enquanto alguns o apoiam por sua postura pacifista e crítica ao Ocidente, outros o acusam de relativizar a responsabilidade da Rússia na guerra e de ter um viés antiamericano em suas análises.