
Terno Rei expande em sonoridade e refina sua identidade no quinto álbum Nenhuma Estrela
16 de abril de 2025
Três anos após o lançamento de Gêmeos, a banda paulistana Terno Rei retorna com seu quinto álbum de estúdio, Nenhuma Estrela, que chega nas plataformas digitais no dia 15 de abril, pela Balaclava Records.
O trabalho, que chega com 13 faixas inéditas, é produzido pelo curitibano Gustavo Schirmer, parceiro de longa data da banda, envolvido na produção musical de Violeta (2019) e Gêmeos (2022), com mixagem pelo francês Nicolas Vernhes, que já trabalhou com nomes como Wild Nothing, The War on Drugs e Deerhunter.
Nenhuma Estrela exibe uma síntese madura das influências e sonoridades que marcaram a trajetória da banda ao longo dos últimos dez anos, e ao mesmo tempo propõe inovações, refletindo em um momento de evolução do grupo.
São canções melancólicas e introspectivas, acompanhadas de uma atmosfera e estética musical própria dos anos 80 e 90, caracterizada por riffs de guitarra e arranjos de sintetizadores que criam uma paisagem sonora. Os singles de estreia “Nada Igual” e “Nenhuma Estrela” e as faixas “Pega”, “Casa Vazia” e “Acordo” traduzem essa atmosfera, ao mesmo tempo em que revelam a banda mais conectada à sua essência.
Há também espaço para algumas novidades no repertório do grupo, como em “Tempo”. De forma quase inédita na carreira do quarteto, é uma faixa “feita para a pista”, com ritmo mais dançante, que remete a nomes como New Order e Depeche Mode, e conta com a colaboração de Clara Borges, da jovem banda mineira Paira, nos vocais.
No single “Próxima Parada”, a banda faz uma ode à música alternativa dos anos 90, com acenos ao trip hop. A balada acústica “32″ traz um tom confessional e evoca o principal tema lírico do disco: a reflexão sobre a maturidade. “Agora sou eu que tenho os meus 32 dentes, o mundo na frente, não posso ficar pra trás. Aguenta muitos socos, eu sinto nos ossos, eu sinto ao acordar, que agora sou eu”, confessiona Ale Sater.
As faixas “Peito” e “Viver de Amor” são canções afetuosas e celebram o soft pop, sob tons noturnos, influenciadas pelos grupos oitentistas The Blue Nile e Prefab Sprout.

O disco traz também a participação mais do que especial de Lô Borges em “Relógio”, que segundo os próprios integrantes, é “a faixa mais elegante do álbum”. Isso se deve tanto pelo feat. inédito na carreira do grupo, como também por sua melodia vocal refinada, entrelaçada a arranjos de guitarra levemente lisérgicos, o que nos remete ao universo criado pelo compositor mineiro em seu clássico coletivo Clube da Esquina.
Em Nenhuma Estrela, o Terno Rei se apresenta em sua fase mais madura, tanto na estética quanto nas composições, e oferece um álbum que é, ao mesmo tempo, introspectivo e expansivo.