U2 se posiciona sobre guerra entre Israel e Hamas e condena ações de Netanyahu

11 de agosto de 2025

Em carta conjunta, Bono, The Edge, Adam Clayton e Larry Mullen Jr. defendem cessar-fogo imediato e criticam uso da fome como arma no conflito

No último domingo (10), os quatro integrantes do U2, Bono, The Edge, Larry Mullen Jr. e Adam Clayton, divulgaram uma declaração conjunta expressando preocupação com o rumo da guerra entre Israel e o Hamas, que já dura quase dois anos. Para a banda, o bloqueio de ajuda humanitária e a possibilidade de uma ofensiva militar na Cidade de Gaza levaram o conflito a um “território desconhecido”.

No texto, o grupo reconhece não ser especialista na política do Oriente Médio, mas afirma que queria deixar clara sua posição. Bono, que assina a mensagem mais extensa, relembrou que costuma evitar comentários sobre o tema, exceto quando marcou, ainda no palco, o ataque de 7 de outubro de 2023 ao festival Nova, no qual mais de 1.200 pessoas foram mortas e outras 250 sequestradas por militantes do Hamas.

Ao falar sobre Gaza, o vocalista comparou as imagens atuais de crianças famintas com uma viagem feita à Etiópia há 40 anos, após o Live Aid, onde presenciou outra crise de fome provocada pelo homem. Para ele, a morte calculada de não combatentes — especialmente crianças — é um “mal” que deve ser resistido. Bono também fez críticas duras ao primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e ao falecido líder do Hamas, Yahya Sinwar, condenando tanto o uso de civis como escudos humanos quanto a apropriação de terras palestinas.

O músico destacou que o Hamas não representa o povo palestino e reconheceu décadas de marginalização e ocupação sofridas pela população. Ele afirmou sentir “repulsa pela falha moral” do governo israelense em permitir a fome como estratégia de guerra, defendendo que Netanyahu merece “condenação categórica e inequívoca”.

The Edge, por sua vez, disse estar profundamente abalado com a destruição e a fome em Gaza e dirigiu três perguntas a Netanyahu: se tamanha devastação não deixará uma “vergonha geracional” aos responsáveis; se a remoção de palestinos de Gaza e da Cisjordânia não configura “limpeza étnica” ou “genocídio colonial”; e, caso o governo rejeite a solução de dois Estados, qual seria o plano para encerrar o conflito.

Na declaração, o U2 reforça apoio à solução de dois Estados, solidariedade aos reféns ainda mantidos pelo Hamas e apelo para que Israel permita o acesso irrestrito de ajuda humanitária a Gaza. A banda prometeu continuar apoiando o grupo Medical Aid for Palestinians e reiterou seu desejo de ver israelenses e palestinos convivendo em paz.

Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, mais de 61 mil palestinos já foram mortos desde o início da guerra, enquanto especialistas alertam para o risco iminente de fome generalizada caso a entrada de alimentos e suprimentos não seja ampliada.

Tags:

Peça sua música

Quer sugerir uma música para rolar na minha programação? É só preencher os campos abaixo:

Aplicativo

Você pode ouvir a rádio Mundo Livre direto no seu smartphone.

Disponível no Google Play Disponível na App Store

2025 © Mundo Livre FM. Todos os direitos reservados.