Meta abandona verificação de fatos e adota “notas da comunidade”

9 de janeiro de 2025

Nesta terça-feira (7), a Meta, controladora do Facebook e Instagram, anunciou uma decisão polêmica que promete impactar a moderação de conteúdo em suas plataformas: o fim do programa de verificação de fatos por terceiros. Em substituição, será implementado um sistema de “notas da comunidade”, semelhante ao adotado pelo X (antigo Twitter), com o objetivo de “promover a liberdade de expressão”.

Mudança radical e suas implicações

De acordo com o CEO Mark Zuckerberg, o sistema anterior era “politicamente tendencioso” e teria prejudicado mais a confiança dos usuários do que ajudado. A empresa defende que o novo modelo reduzirá censuras excessivas e protegerá conteúdos legítimos. No entanto, a decisão levantou preocupações significativas:

  • Facilitação da desinformação: Especialistas alertam que, sem verificadores independentes, a disseminação de notícias falsas, teorias da conspiração e discursos de ódio pode aumentar.
  • Manipulação das notas: A moderação pelos próprios usuários é suscetível a abusos, podendo ser influenciada por grupos organizados com intenções maliciosas.
  • Retrocesso na segurança: O Real Facebook Oversight Board, órgão independente de supervisão, classificou a decisão como um “recuo perigoso”.

A Meta justificou a mudança como parte de uma nova ideologia corporativa alinhada a valores de liberdade de expressão. A decisão ocorre em um momento em que a empresa se aproxima de figuras políticas conservadoras. Joel Kaplan, chefe de Assuntos Globais da Meta, destacou a influência do novo governo nos EUA como um fator determinante na reformulação das políticas da empresa.

Reações e perspectivas

A comunidade internacional reagiu com ceticismo. Enquanto ativistas e acadêmicos alertam para os riscos de desinformação em massa, defensores da liberdade de expressão saudaram a iniciativa como uma forma de reduzir a censura.

Para a Meta, o novo modelo representa um “experimento ousado” que, embora carregado de incertezas, reflete sua busca por uma abordagem mais descentralizada e menos controladora. Contudo, a decisão pode colocar a empresa sob maior escrutínio regulatório, especialmente em países que buscam conter o impacto das fake news em suas democracias.

O futuro dessa política dependerá de como ela será implementada e avaliada em termos de eficácia na proteção da qualidade das informações compartilhadas. Para os usuários, resta a responsabilidade de adotar uma postura mais crítica ao consumir conteúdos online.

Informações via Olhar Digital

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