MON realiza a exposição “Serguei Eisenstein e o Mundo” 

7 de junho de 2023

O Museu Oscar Niemeyer (MON) apresenta aos seus visitantes a exposição “Serguei Eisenstein e o Mundo”. A mostra será inaugurada no dia 22 de junho, na Sala 11, para comemorar os 125 anos de nascimento do cineasta russo. A curadoria é de Luiz Gustavo Carvalho e Naum Kleiman.

Por meio de um conjunto de desenhos, esboços, fotografias, caricaturas, projeções e objetos, a exposição apresenta parte do processo criativo de um dos diretores mais inovadores e pioneiros da história do cinema. Serguei Eisenstein influenciou grandes cineastas e revolucionou o mundo das imagens com suas múltiplas linguagens.

“Os muitos desenhos que ele nos deixou eram a etapa inicial na preparação de seus lendários filmes. Tê-los agora aqui, ao alcance de nossos olhos, é um privilégio”, comenta a diretora-presidente do MON, Juliana Vosnika

Ela explica que a grandiosidade da mostra apresentada pelo MON propõe também o diálogo com objetos e imagens que inspiraram Eisenstein, assim como filmes posteriormente influenciados por ele, promovendo uma verdadeira imersão do visitante ao universo gráfico do artista.

“Confirmando o caráter transdisciplinar do Museu, ao abordar as influências de Eisenstein, a exposição constrói ainda um diálogo potente com a coleção de arte asiática do acervo permanente do MON, da qual empresta obras que integram seu repertório”, explica a diretora-presidente. 

Para a secretária da Cultura Luciana Casagrande Pereira, a exposição é uma oportunidade única de contato com obras emblemáticas. “Tanto para os fãs de Serguei Eisenstein quanto para pessoas que ainda não conhecem o seu trabalho e trajetória, mas que agora poderão conhecer bem de perto”, comenta. “Uma vez mais o MON se prova como uma grande janela aberta para o mundo”, diz.

Serguei Eisenstein e o Mundo 

A exposição retrata o universo de um dos nomes mais revolucionários da arte no século XX a partir da sua obra gráfica. As múltiplas linguagens visuais utilizadas por Serguei Eisenstein na sua obra foram para o mundo das imagens o que a Revolução Russa foi para os arranjos sociais, políticos e econômicos que transformavam a Europa no início do século. 

Composta por cerca de 200 obras, a exposição tece, através de esboços, fotografias, caricaturas, projeções e objetos, diálogos com acontecimentos e culturas que influenciaram o artista no seu processo criativo: do teatro Kabuki às culturas pré-colombianas, da Revolução Russa à Haitiana. 

Entre elas, estão 8 obras de arte asiática, gravuras e máscaras, que pertencem à coleção permanente do Museu Oscar Niemeyer, confirmando a transversalidade do acervo do MON às exposições temporárias que a instituição realiza.

Os desenhos exibidos apresentam a autonomia deste universo gráfico e eram considerados pelo próprio diretor como uma forma de transcrição dos seus pensamentos, tornando-se também uma etapa primordial na preparação dos filmes do diretor. 

Os esboços, assim como os desenhos de cenários, figurinos e personagens, transformam a exposição também num rico observatório sobre o processo criativo do diretor. Na exposição, o diálogo com este conjunto de obras que é marcado pelo seu aspecto cinemático é ainda enriquecido através da confrontação com objetos de diversas culturas que influenciaram o artista, provocando ainda um intenso diálogo com excertos dos filmes de Serguei Eisenstein, também projetados no espaço expositivo.

“A ideia é propor ao público uma verdadeira imersão no complexo e rico processo criativo do artista, no qual o desenho está presente de maneira perene: das primeiras correspondências enviadas à mãe até as últimas meditações gráficas, que contrastam com as imagens irônicas e cotidianas do diretor”, comentam os curadores. 

Sobre o artista 

Serguei Eisenstein nasceu em Riga, em 1898. Após ter concluído a Escola Real, iniciou seus estudos no Instituto de Engenharia Civil de Petrogrado, mas precisou interrompê-los com a eclosão da Revolução Russa. Nessa época, como soldado do Exército Vermelho, teve o primeiro contato com o teatro Kabuki e o idioma japonês, influências que o acompanhariam por toda a vida. Em 1920, instalou-se em Moscou e começou os estudos teatrais na classe de Vsevolod Meyerhold, um dos principais diretores de teatro do século XX, realizando também seus primeiros trabalhos no teatro Proletkult. Em 1923, escreveu o primeiro ensaio para o jornal LEF. A busca pela linguagem cinematográfica moderna, a descoberta das novas possibilidades de montagem, ritmo e ângulo foram realizadas nos seus três primeiros longas-metragens: “A Greve” (1925), “O Encouraçado Potiémkin” (1925), considerado até hoje como um dos dez mais importantes filmes da história do cinema, e “Outubro” (1927). Em 1928, realizou uma viagem de dois anos pela Europa, tendo ministrado palestras em Berlim, Zurique, Londres e Paris. Entre 1930 e 1932, após ter alguns roteiros reprovados pela indústria cinematográfica de Hollywood, viveu e trabalhou no México. O filme “Que Viva México!”, realizado com o cineasta Grigori Aleksándrov e o operador Eduard Tissé, principal fruto da passagem do diretor pelas Américas, permaneceu, entretanto, inacabado. Sob suspeita de deserção, Eisenstein viu-se forçado a regressar à União Soviética e retomou suas atividades como professor no Instituto Estatal de Cinema (VGIK). O filme “Alexander Niévski”, com música de Serguei Prokofiev, alcançou um enorme sucesso junto ao público e foi um marco tanto no processo criativo de Eisenstein quanto no retorno do cineasta ao cenário cinematográfico da antiga União Soviética. Na última década de sua vida, entre 1938 e 1948, Eisenstein começou a refletir sobre uma nova forma de cinema, terminando a sua carreira com o filme “Ivan, o Terrível”, no qual trabalhou durante os anos passados em evacuação, em Alma-Ata (Cazaquistão), durante a Segunda Guerra Mundial. No entanto, o último filme do diretor, cuja ideia principal era sobre a expiação trágica de um governante pelos crimes cometidos durante sua luta pelo poder, recebeu ataques ferozes da crítica oficial. A segunda parte do filme foi banida, até 1958, e a terceira nunca foi realizada. Doente e impactado pela censura ao filme, Serguei Eisenstein faleceu em 1948, aos 50 anos. Deixou um legado que ultrapassa a sua filmografia e contempla uma vasta obra gráfica e diversos estudos teóricos sobre o cinema. Ele é um dos nomes fundamentais na consolidação da linguagem das imagens em movimento e um dos pioneiros da montagem cinematográfica. Sua obra influenciou grandes cineastas, tais como Mikhail Romm, Orson Welles, Jean-Luc Godard, Brian de Palma, Oliver Stone, Alfred Hitchcock, Ettore Scola e Glauber Rocha, e continua sendo objeto de estudo de diretores, artistas e críticos do cinema.

Serviço

Exposição “Serguei Eisenstein e o Mundo” 

Sala 11

Abertura: dia 22 de junho, 19h

Produção: Ars et Vita

www.museuoscarniemeyer.org.br

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