Os 250 melhores guitarristas de acordo com a revista Rolling Stones
13 de outubro de 2023
A revista Rolling Stone acaba de divulgar uma lista dos 250 guitarristas mais notáveis da história, o que pode surpreender nessa lista é a aprição de duas categorias: 1) Aqueles que acreditam que a guitarra é um domínio exclusivo do rock; 2) Aqueles que não reconhecem que o violão também é uma forma de guitarra.
A Rolling Stone já havia publicado uma lista dos 100 melhores guitarristas em 2011, compilada em grande parte por músicos de rock clássico. A nova lista expandida foi criada pelos editores e redatores da revista, agora abrangendo 250 músicos.
Segundo a introdução editorial da revista: “Minha guitarra não é apenas um instrumento”, disse Joan Jett uma vez. “Ela é uma extensão de mim mesma. É quem eu sou.” A guitarra é o instrumento mais universal, primitivo e expressivo. Qualquer pessoa pode aprender a tocá-la em pouco tempo, mas a exploração de suas possibilidades pode durar a vida toda. Por isso, ponderar sobre o que torna um guitarrista excepcional é tão fundamental.
A lista engloba diversos gêneros musicais, como rock, jazz, reggae, country, folk, blues, punk, metal, disco, funk, bossa nova, bachata, rumba congolesa, flamenco e muito mais. Ela inclui virtuosos incomparáveis, como Pat Metheny, Yvette Young e Steve Vai, bem como músicos mais primários, como Johnny Ramone e Poison Ivy do The Cramps. Grandes astros, como Prince, Joni Mitchell e Neil Young, estão lado a lado com mestres nos bastidores, como o lendário soulman de Memphis, Teenie Hodges, e a lenda do rock suave, Larry Carlton. O único critério instrumental para inclusão na lista é que o músico seja um guitarrista de seis cordas.
A lista é diversificada e abrange músicos de diferentes origens e estilos, e é um tributo à riqueza e à diversidade do mundo da guitarra. Cada guitarrista na lista contribuiu de maneira única para a evolução da música, e juntos formam um impressionante panorama da história da guitarra.
Entre os 250 melhores guitarristas da história, de acordo com a Rolling Stone, estão dois brasileiros, Rosinha de Valença e João Gilberto.
Confira a lista:
250. Andy Summers
249. Brittany Howard
248. Robby Krieger
247. Ricky Wilson
246. Paul Simon
245. Leslie West
244. Edilio Paredes
243. Aaron Dessner e Bryce Dessner
242. Lindsey Jordan
241. Keith Urban
240. Erin Smith
239. Duane Eddy
238. Doug Gillard
237. Jennifer Batten
236. Greg Sage
235. Laura Marling
234. John McGeoch
233. H.E.R.
232. David Williams
231. Etta Baker
230. Gustavo Cerati
229. Barbara Lynn
228. Steve Jones
227. Glenn Branca
226. El Kempner
225. Fred ‘Sonic’ Smith e Wayne Kramer
224. Marv Tarplin
223. Joseph Spence
222. Molly Tuttle
221. James Blood Ulmer
220. Courtney Barnett
219. Glenn Tipton e K.K. Downing
218. Lzzy Hale
217. Thomas McClary
216. Steve Hackett
215. Kurt Vile
214. Keiji Haino
213. Lucy Dacus
212. José Feliciano
211. Nick Zinner
210. Kaki King
209. Gary Clark Jr.
208. Amadou Bagayoko
207. Justin Broadrick
206. Hugh McCracken
205. Eric Johnson
204. Lynn Taitt
203. Grant Green
202. Vince Gill
201. Garry ‘Diaper Man’ Shider
200. Christone ‘Kingfish’ Ingram
199. Bombino
198. Jerry Reed
197. Nuno Bettencourt
196. James Taylor
195. Greg Ginn
194. Brian Robertson e Scott Gorham
193. David Lindley
192. Lita Ford
191. Chalmers Edward ‘Spanky’ Alford
190. Lightnin’ Hopkins
189. Jerry Cantrell
188. Marnie Stern
187. Marc Ribot
186. Steve Lukather
185. Peggy Jones
184. Eldon Shamblin
183. Roy Buchanan
182. Earl ‘Chinna’ Smith
181. Larissa Strickland
180. Mike Campbell
179. Ernest Ranglin
178. Skip James
177. Rodrigo y Gabriela
176. Sadie Dupuis
175. Rory Gallagher
174. Marty Stuart
173. Paul McCartney
172. Chrissie Hynde
171. D. Boon
170. Phil Manzanera
169. Jessie Mae Hemphill
168. John Cipollina
167. James Williamson
166. Johnny Winter
165. Rokia Traoré
164. Dave Davies
163. Wah Wah Watson
62. Rosinha de Valença: “A estreia de Rosinha de Valença em 1963, um clássico alegre da bossa nova, revelou ao mundo seu tom imaculado e técnica sem esforço no violão. Artista autodidata, mudou para o Rio na hora certa, se conectando a Baden Powell e acompanhando a trágica diva Sylvia Telles em apresentações que resumem o caráter boêmio da bossa. Gravou dois discos sedosos com Sergio Mendes em 1965, depois se juntou ao sambista comovente Martinho da Vila. Sua carreira foi interrompida aos 51 anos por problemas de saúde e ela faleceu em 2004, inspirando um álbum tributo com Maria Bethânia, Chico Buarque e outras estrelas brasileiras”. Destaques: “Tristeza Em Mim,” “Asa Branca”.
161. Tim Henson
160. Kim e Kelley Deal
159. John Lennon
158. Johnny Thunders
157. Pat Metheny
156. Carl Perkins
155. Yvette Young
154. Bill Frisell
153. Otis Rush
152. Ani DiFranco
151. Pete Cosey
150. Marissa Paternoster
149. Ron Asheton
148. Ike Turner
147. Memphis Minnie
146. Mike Bloomfield
145. Dickey Betts
144. Odetta
143. Ira Kaplan
142. João Gilberto: “‘Tem que ser muito silencioso para eu produzir os sons que estou pensando’, disse João Gilberto. Mas o som tranquilo do cantor e guitarrista brasileiro ecoou por toda parte, especialmente quando o álbum ‘Getz/Gilberto’, de 1964, transformou a bossa nova em um sucesso global. O estilo acústico de Gilberto mesclava ritmos de samba e acordes de jazz, transformando imediatamente a música de seu país natal e influenciando também gerações do pop e do rock. Seu canto frio e íntimo fazia com que sua execução elegante parecesse enganosamente alegre, mas na raiz de sua música estava um forte senso de timing e uma habilidade em trabalhar com fluidez padrões melódicos intrincados. ‘Aprendi tudo o que sabia com ele’, disse o titã da música brasileira Caetano Veloso, um de seus muitos herdeiros”. Destaques: “Chega de Saudade”, “Undo”.
141. Fredrik Thordendal
140. Stephen Stills
139. Susan Tedeschi
138. Teenie Hodges
137. Liz Phair
136. Joe Perry
135. Roger McGuinn
134. Bob Mould
133. Robert Cray
132. Nils Lofgren
131. Dimebag Darrell
130. Joe Walsh
129. Nita Strauss
128. Bob Stinson
127. Steve Vai
126. Kim Thayil
125. Viv Albertine
124. Mike McCready e Stone Gossard
123. Steve Howe
122. King Sunny Ade
121. Dick Dale
120. Warren Haynes
119. Donita Sparks
118. Adrian Belew
117. Albert Collins
116. Ana da Silva
115. Nels Cline
114. Robert Quine
113. Allen Collins e Gary Rossington
112. Rowland S. Howard
111. Kelley Johnson
110. Lindsey Buckingham
109. Mick Ronson
108. Merle Travis
107. Clarence White
106. Peter Buck
105. Slash
104. Ali Farka Touré
103. Nancy Wilson
102. Billy Gibbons
101. John Fogerty
100. Kerry King
99. Tosin Abasi
98. Link Wray
97. Stephen Malkmus
96. Mark Knopfler
95. Mary Timony
94. Joe Satriani
93. Leo Nocentelli
92. Wata
91. Cat Coore
90. Mdou Moctar
89. Lou Reed
88. Kurt Cobain
87. Poison Ivy
86. Sonny Sharrock
85. Larry Carlton
84. Muddy Waters
83. Adrian Smith e Dave Murray
82. Wes Montgomery
81. Bert Jansch
80. Derek Trucks
79. Ernie Isley
78. Charlie Christian
77. Willie Nelson
76. Joan Jett
75. Ritchie Blackmore
74. J Mascis
73. Hubert Sumlin
72. John McLaughlin
71. Franco Luambo
70. Django Reinhardt
69. Robbie Robertson
68. Les Paul
67. Kevin Shields
66. Ry Cooder
65. T-Bone Walker
64. Carrie Brownstein
63. Richard Thompson
62. Peter Green
61. John Mayer
60. Scotty Moore
59. Robert Fripp
58. Alex Lifeson
57. Thurston Moore e Lee Ranaldo
56. Johnny Marr
55. Mick Taylor
54. Bonnie Raitt
53. Trey Anastasio
52. John Lee Hooker
51. Tom Verlaine
50. Elmore James
49. PJ Harvey
48. Curtis Mayfield
47. The Edge
46. Frank Zappa
45. Steve Cropper
44. Johnny Ramone
43. Jonny Greenwood e Ed O’Brien
42. Vernon Reid
41. Bo Diddley
40. John Fahey
39. Chet Atkins
38. Angus Young e Malcolm Young
37. Pete Townshend
36. Elizabeth Cotten
35. Eric Clapton
34. Jerry Garcia
33. Brian May
32. Jack White
31. George Harrison
30. Neil Young
29. Eddie Hazel
28. David Gilmour
27. Buddy Guy
26. St. Vincent
25. John Frusciante
24. James Burton
23. James Hetfield e Kirk Hammett
22. Albert King
21. Randy Rhoads
20. Stevie Ray Vaughan
19. Freddy King
18. Tom Morello
17. Mother Maybelle Carter
16. Robert Johnson
15. Keith Richards
14. Prince
13. Tony Iommi
12. Jimmy Nolen
11. Carlos Santana
10. Duane Allman
9. Joni Mitchell
8. B.B. King
7. Nile Rodgers
5. Jeff Beck
4. Eddie Van Halen
3. Jimmy Page: Muito antes da formação do Led Zeppelin, Jimmy Page já havia causado um tremendo impacto no mundo do rock devido aos Yardbirds e ao trabalho como guitarrista de estúdio em toda a cena londrina. Quando tinha vinte e poucos anos, foi o primeiro guitarrista chamado para tocar em discos do The Who, The Kinks, Donovan, Marianne Faithfull e outros. Mas em 1968, ele solidificou seu papel como um dos deuses da guitarra do rock de todos os tempos quando formou uma banda com o vocalista Robert Plant, o baixista John Paul Jones e o baterista John Bonham.
Com o Led Zeppelin, tudo sobre Page se tornou instantaneamente lendário – desde seu traje de dragão bordado até sua obsessão pelo ocultismo –, mas seus riffs ardentes sempre estiveram na vanguarda. Você não consegue ouvir ‘Communication Breakdown’ ou ‘In the Evening’ e não ter isso na cabeça por 72 horas. ‘Um riff deve ser bastante hipnótico, porque será tocado continuamente’, disse ele à Rolling Stone em 2012. Também há momentos delicados, como o impressionante dedilhado de ‘Going to California’ ou a introdução de ‘Stairway to Heaven’. ‘Ele teve a visão de transcender os estereótipos do que a guitarra pode fazer’, disse Joe Perry, do Aerosmith. ‘Se você seguir a guitarra em ‘The Song Remains the Same’ até o fim, ela evolui através de tantas mudanças diferentes – mais alto, mais baixo, mais suave, mais alto novamente. Ele estava escrevendo as músicas, tocando-as, produzindo-as – não consigo pensar em nenhum outro guitarrista desde Les Paul que possa afirmar isso’.” Destaques: “Achilles Last Stand,” “Kashmir,” “No Quarter”.
2. Chuck Berry: “Chuck Berry não apenas inventou a guitarra rock and roll – ele a aperfeiçoou. Você pode ouvir tudo isso na introdução de seu clássico de 1956, ‘Johnny B. Goode’, quando inicia a música com um manifesto de seis cordas de 18 segundos, rumo ao hino definitivo do guitar hero. Ele descobriu como misturar o blues e a música country que amava, fundindo boogie-woogie e sotaque caipira em seu próprio estilo original de flash elétrico de alta velocidade. Em outras palavras, rock and roll. Cada tradição da música americana está em algum lugar na guitarra de Chuck Berry. Como disse seu discípulo Keith Richards: ‘Chuck é o avô de todos nós’.
Ele era cabeleireiro em St. Louis quando gravou seu revolucionário hit de estreia em 1955, ‘Maybellene’, para a Chess Records. Sempre disse que a escreveu para copiar um clássico country: ‘Ida Red’, de Bob Wills. Mas criou algo novo e incendiou o mundo. Definiu o rock and roll com uma enxurrada de sucessos geniais: ‘Roll Over Beethoven’, ‘You Can’t Catch Me’, ‘Little Queenie’, ‘Brown Eyed Handsome Man’. Seus riffs geraram os Beatles, Stones, Hendrix, Zeppelin, os Velvets e o Clash. Berry foi levado para a prisão no início dos anos 1960, onde escreveu a amargamente irônica ‘Promised Land’. Mas na era Woodstock, ele estava celebrando sua nova base de fãs hippies com ‘Tulane’.
‘Não há nada de novo sob o sol’, insistiu Berry no filme de 1987, ‘Hail! Hail! Rock ‘n’ Roll’. Ao tocar guitarra, ele disse: ‘É apenas uma tábua de bater roupa’. Não poderia haver um resumo mais poético das conquistas de Chuck Berry”. Destaques: “Maybellene,” “Johnny B. Goode,” “Brown Eyed Handsome Man”.
1. Jimi Hendrix: “Jimi Hendrix incendiando sua Fender Stratocaster no Monterey Pop é uma das imagens mais icônicas da história do rock. Ele era um showman que tocava com os dentes ou pelas costas. Mas por baixo de toda a teatralidade está o verdadeiro mestre do instrumento. Sua carreira pode ter durado oito anos, mas outros músicos passam a vida inteira estudando sua técnica deslumbrante e seu gênio improvisador. Hendrix cantou, mas optou por fazer de sua guitarra a voz principal. Popularizou o uso do feedback, inventou sua própria fusão de blues e psicodelia, influenciou o desenvolvimento do rock, metal, funk e muito mais. Hendrix foi eloquente não apenas em sua forma de tocar, mas também na maneira como falava sobre tocar. ‘O pedal wah-wah é ótimo porque não tem nenhuma nota’, disse ele à Rolling Stone em 1968. ‘Nada além de tocar direto usando o vibrato e então a bateria aparece e parece que… não é depressão, mas aquela solidão, aquela frustração e o anseio por alguma coisa. Como se algo estivesse chegando’.