Os destaques positivos e negativos do Rock in Rio

12 de setembro de 2022

O G1 conversou com a galera que compareceu no Rock in Rio e preparou uma lista com dez destaques positivos e dez destaques negativos dessa edição de 2022. Entre os melhores shows, estão seis nacionais que superaram as expectativas do publico.

Já para os piores shows, houve reclamações pela mesmice nas produções, som baixo, artistas que mostraram indisposição de saúde, defeitos nos shows e falta de sorte dos músicos.

A lista foi feita pelo G1, baseado nas resenhas dos shows e também da opinião da equipe que fez a cobertura do Placo Mundo e Palco Sunset.

OS 10 MELHORES SHOWS DO ROCK IN RIO 2022

10º melhor – Papatinho, L7nnon, Hariel e MC Carol

O beatmaker Papatinho resumiu no discurso: “Estar aqui é um sonho. São vários anos de trabalho para ver a mistura do rap e o funk”. As histórias foram muito bem amarradas e o público vibrou ainda cedo no Palco Sunset. Hariel, L7nnon e MC Carol segurariam tranquilos shows solo. E uma surpresa: Cidinho e Doca, precursores do funk carioca, foram chamados e fizeram um bailão.

9º melhor – Post Malone

O cantor não precisou de quase nada para segurar o público do Rock in Rio. Uma bebida e um cigarro em uma das mãos, o microfone na outra. Só isso já foi o bastante para o americano causar histeria numa plateia com muitos nascidos pós-anos 2000. No palco, conversou com o público sobre suas músicas e fez dancinhas esquisitas. Parecia um velho amigo numa visita em casa.

8º melhor – Sepultura

As primeiras notas ouvidas no palco Mundo do Rock in Rio em 2022 foram de um balé clássico do compositor russo Ígor Stravinski no show do Sepultura com a Orquestra Sinfônica Brasileira. A banda também homenageou o compositor italiano Antonio Vivaldi e apresentou uma divertida versão roqueira da 9ª Sinfonia de Beethoven. Os veteranos do metal conseguiram surpreender.

7º melhor – Maria Rita

Maria Rita fez uma roda de samba de respeito no Palco Sunset neste sábado. “Vocês estão acabando comigo hoje, hein?”, falou a cantora que fez o show inteiro descalça, acompanhada por uma banda afiada. “Cara Valente”, hit absoluto da carreira da cantora, teve gritos de “Ele não”. No telão, a palavra “Democracia” era exibida. Músicas de Elis Regina, Clara Nunes, Gil e Jorge Aragão também entraram no repertório.

6º melhor – Coldplay

A Cidade do Rock nunca esteve tão iluminada e colorida quanto no show do Coldplay, que encerrou o Palco Mundo no sábado. Os ingleses repetiram duas músicas, “Viva la vida” e “Sky full of stars”. Chris Martin elogiou o público e disse que queria cantar com eles de novo as faixas – sem dizer se a banda estava fazendo alguma gravação.

5º melhor – Racionais

Os Racionais MC’s tocaram pela primeira vez na carreira em um show histórico no Rock in Rio. O grupo homenageou pessoas negras assassinados, como Marielle Franco e Agatha, ao tocar a música “Negro Drama”. O palco tinha duas grandes escadas ao fundo, como se fosse uma estação de trem de São Paulo. Amigos figurantes e um baseado inflável com o nome da banda jogado ao público deram um aspecto teatral.

4º melhor – Dua Lipa

Em um dos shows mais concorridos desta edição, a cantora inglesa de 27 anos mudou bem pouco o setlist apresentado na turnê de seu segundo álbum. Lançado em 2020, “Future Nostalgia” reimagina a disco music dos anos 70 e 80, com letras sobre as angústias de uma mulher de 20 e tantos anos. Ao vivo, o que mais impressiona é a inventividade nas transições das músicas e como elas têm um groove ainda mais hipnótico. O baixo de “Pretty Please” pulsa ainda mais forte, em boa trilha para o rebolado da cantora. Em “Cool”, o instrumento que se destaca é a guitarra. Em comum, os arranjos acentuam essa repetição de sons que te fazem balançar as pernas sem perceber.

3º melhor – Ivete Sangalo

Ivete Sangalo levou uma versão adaptada do show que celebra seus 50 anos, completados em maio. A turnê passeia por vários momentos da carreira da artista, desde os tempos de Banda Eva (entraram os sucessos “Beleza Rara”, “Me Abraça” e a música que leva o nome do grupo) até lançamentos mais recentes e sem tanta relevância, como “Moral”, que saiu em 2022. Ela até fez um raro aceno político. No momento mais emocionante da apresentação, a cantora mostrou no telão uma cena de sua apresentação no festival em 2011, quando dedicou o show ao filho Marcelo, hoje com 12 anos. “A mamãe nasceu só para esperar por você”, se declarou, no trecho exibido à plateia. Alguns fãs foram às lágrimas.

2º melhor – Ludmilla

Foi um show de milhões — com o perdão da expressão já desgastada na internet. Ele custou R$ 2 milhões, literalmente. Ludmilla contou em entrevistas que pagou caro por uma performance criada exclusivamente para o Rock in Rio, para marcar uma nova era de sua carreira. No momento mais potente, ela levou ao palco um quinteto de cantoras negras: a dupla de rappers Tasha & Tracie, a MC Soffia, a cantora Majur e a funkeira Tati Quebra Barraco.

1º melhor – Green Day

Com vinte minutos o Green Day já tinha feito de longe o melhor show do Rock in Rio até então (e não foi superado): Billie Joe endiabrado, uma fã no palco cantado “Know your enemy”, outro casal de fãs ficando noivos e a maior multidão que já conseguiram reunir em frente ao Palco Mundo em 2022. O repertório foi dominado por “American Idiot” (2004), com espaço menor para o outro grande disco da banda, “Dookie” (1994).

VEJA OS 10 PIORES SHOWS DO ROCK IN RIO 2022

10º pior – Capital Inicial

“O Capital Inicial está completando 40 anos de estrada e a vida começa aos 40”, celebrou Dinho Ouro Preto na abertura do palco principal do Rock in Rio. Apesar do discurso de renovação, pouca coisa mudou. Em sua 8ª participação, o grupo repetiu o setlist com os mesmos sucessos de sempre, lançados entre o fim dos anos 1980 e início de 2000, sem surpresas nos arranjos.

9º pior – Alok

Nenhum show teve tantos celulares para cima por tanto tempo quanto o de Alok. Não bastava estar no show do Alok: você tem que transmitir ao vivo no Instagram o show do Alok ou postar vídeos do show do Alok. Faz parte da experiência. Embora diga que cada show seja uma experiência diferente criada para cada ocasião, ele repete muitos dos expedientes de outros eventos, como tocar o riff inicial de “Sweet Child o’ Mine”, do Guns N’ Roses, ou o refrão de “Set Fire to the Rain”, da Adele.

8º pior – Fall Out Boy

O Fall Out Boy apresentou um pouco de cada fase da carreira, com os sete álbuns contemplados, mas tocou um rockzinho chocho e só agitou (de leve) o público com fase pop punk anos 2000. Dá para notar um pouco de soul e R&B no vocal de Patrick Stump, que se diz influenciado por esses estilos; e muito de rock eletrônico na única música retirada de “Mania”, álbum quase experimental de 2018.

7º pior – Marshmello

‘Com recepção menos calorosa do que a dos shows anteriores do Palco Mundo (de Alok e Jason Derulo), Marshmello fez de tudo para tentar animar o povo: rolou até um funk proibidão. “Atura Ou Surta 2”, do MC Gw, foi responsável por caras de espanto em muita gente da plateia. Ao longo de todo set do DJ misterioso, que não mostra o rosto, uma chuva fininha insistiu em cair na Cidade do Rock.

6º pior – Rita Ora

Rita Ora estreou no Rock in Rio em um esquenta para Dua Lipa, atração principal da noite. Só que a música mais cantada da apresentação foi “Amor de Que”, na voz da convidada Pabllo Vittar. Foi como se Rita Ora estivesse interpretando uma apresentadora de TV recebendo uma atração musical em um programa dominical nos anos 90.

5º pior – 1985: A Homenagem

A intenção de juntar veteranos do festival e novos artistas foi ótima. Mas houve desencontros do início ao fim. Faltou sincronia entre os Xamã e Ivan Lins, mas o número foi eficiente para emocionar alguns da plateia. Pepeu Gomes teve problemas no som ao entrar para cantar “Masculino e feminino”, mas se recuperou na seguinte. Rolou, mas foi aos trancos.

4º pior – Megan Thee Stallion

Megan Thee Stallion tem talento suficiente para o Palco Mundo e outros grandes espaços na música pop. Mas o show de produção pobre e enrolada ficou bem abaixo do potencial dela. Sem banda, só com um DJ (algo comum no rap) e no máximo 6 dançarinas no palco, ela até parecia ter fôlego suficiente para se virar. Mas uma convocação de fãs por mais de 15 minutos para subir ao palco, dançar e fazer fila para tirar selfies no meio do show foi o limite da picaretagem.

3º pior – Billy Idol

Os momentos de mais empolgação no show de Billy Idol, cantor inglês de 66 anos, seguem sendo os mesmos de mais de 30 anos atrás, quando ele esteve no Rock in Rio 1991, no Maracanã. Houve ainda espaço para baladas românticas, como “Eyes without a face”. Mas a versão ao vivo é um constrangimento só. Billy Idol erra a entrada duas vezes, fica perdido com o andamento e o arranjo basicamente é simplificado para compensar as limitações do cantor.

2º pior – Guns N’ Roses
Não foi um dia bom para Axl Rose – tanto que ele se desculpou por estar “indisposto”. Há muitos anos o vocalista não está bem, mas a combinação da voz detonada com solos intermináveis foi um pouco mais difícil para o público na quinta-feira. No início do bis, quando eles tocavam “Patience”, uma boa parte da plateia já tinha perdido a paciência e buracos apareciam não muito longe do palco.

1º pior – Avril Lavigne

Primeiro, um aviso: a culpa do desastre não é da Avril – cantora não é técnica de som. Dito isso: Teve gente que reclamou de Avril Lavigne ser escalada para o Palco Sunset, e não no maior espaço do Rock in Rio, o Palco Mundo. Mal sabiam que seria pior: ela tocou no “palco mudo” do festival.

A cantora começou o show de encerramento do Sunset com uma enorme falha no som. O pior é que Avril parecia animada e simpática, ao contrário dos relatos de um show frio em São Paulo. Mas só quem estava lá na frente conseguia entender e retribuir. O final ainda teve sua melhor balada, “I’m with you”, interrompida no meio. Os fãs riram para não chorar.

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